Conheça a lha do chocolate que o presidente da França visitou no Brasil

Em sua primeira viagem oficial ao Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, começou sua visita em Belém, no Pará, onde foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar da agenda bilateral de assuntos sensíveis, como meio ambiente e defesa, o presidente francês começou sua viagem de três dias de forma, digamos assim, doce. De Belém, Lula e Macron seguiram rumo à Ilha do Combu, uma das 39 ilhas catalogadas da capital paraense, na margem sul do Rio Guamá.

Ilha do Combu (foto: Eduardo Vessoni)

Esse atrativo turístico, a 15 minutos de barco, é conhecido pela produção de chocolate artesanal feito com cacau orgânico, em agroflorestas desse destino onde as ruas são rios e samaúmas gigantes crescem na porta de casa

Em terra onde reina o açaí, a ilha de Combu é uma espécie de fantástica fábrica de chocolate, em plena Floresta Amazônica.


Presidente da França na Ilha do Combu

Entre os locais visitados, a comitiva passou pela Casa do Chocolate Filha do Combu, uma construção sobre palafitas onde Dona Nena recebe visitantes para o tour pela produção artesanal de chocolate com cacau local.

Tem chocolate granulado, em barra, em pó, enrolado na folha do cacaueiro, em forma de brigadeiro de colher e até espalhado na varanda.

A visita à essa área de 14 hectares começa na varanda, onde a anfitriã recebe os visitantes com uma mesa com produtos para degustação, como o famoso brigadeiro de colher, chocolate quente e sucos de cupuaçu e de cacau, de acordo com a época do ano.

Ilha do Combu (foto: Eduardo Vessoni)

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É ali que Izete Costa, o nome de batismo da Dona Nena, acompanhada por familiares e colaboradores, seca, tosta e pila o cacau até transformá-lo na pasta que dá forma à barra de chocolate puro, que já serviu de matéria-prima para o D.O.M., restaurante de Alex Atala, em São Paulo, e o Remanso do Bosque, do chefe paraense Thiago Castanho.

Assim como a própria microempresária explicou para a reportagem, quando o Viagem em Pauta esteve no local, a fama do chocolate de Combu é por conta de ser um produto não temperado, “é rústico, puro, sem agrotóxicos e só leva cacau”, explica Dona Nena.

Dali, ela acompanha os visitantes por uma trilha curta de 200 metros que margeia o igarapé paralelo à sua propriedade, mostrando outras plantações, como as de açaí, pupunha e banana, e as caixas com abelhas sem ferrão uruçu-amarela que ajudam não só na polinização do açaí, mas também na educação ambiental.

Flores de jambo, na Ilha do Combu (foto: Eduardo Vessoni)

Durante a caminhada, o grupo conhece também a samaúma gigante que Dona Nena tem no quintal, caminha sobre o chão rosado pintado por flores de jambo caídas no chão e ouve ela quebrar um cacau para que os visitantes possam provar de onde vem o chocolate.

O turismo de experiência segue no fundo da casa, onde os próprios turistas trituram as amêndoas do cacau e acompanham a finalização do processo, quando a pasta obtida é envolta na folha lavada do cacaueiro.

Essa ilha de 15 km², que vive da extração de cacau e do ecoturismo, tem um fértil solo de várzea, permanentemente, úmido e rico em minerais argilosos que garante amêndoas menores, mas com muita polpa.

E, assim, a maior floresta tropical do mundo vai ficando com cara (e cheiro) de fantástica fábrica de Willy Wonka.

Casa do Chocolate Filha do Combu (foto: Eduardo Vessoni)

Macron na Amazônia

Entre as atividades realizadas na Ilha do Combu, o presidente francês Emmanuel Macron participou da cerimônia de condecoração de cacique Raoni Metuktire, líder indígena da etnia kayapó.

A Raoni foi concedido o grau de cavaleiro, o primeiro da Ordem Nacional da Legião de Honra, e a França o reconhece “como uma figura internacional pela causa indígena e ambiental”

“Essa terra que pertence a vocês (…) é um tesouro de biodiversidade, mas também de povos indígenas que aqui nasceram, cresceram e tiveram a sua tradição”, disse Macron, durante a visita.

O presidente francês ficará no Brasil até a próxima quinta-feira, 28 de março, após visitar também Itaguaí (RJ), São Paulo e Brasília.

foto: Ricardo Stuckert/Agência Gov

QUANDO IR
Para ver ver os pés lotados desses frutos de tons alaranjados, na Ilha do Combu, a melhor época de visita é durante uma das duas safras anuais de cacau.

A primeira costuma ir de janeiro a março, e a outra, acontece entre junho e agosto.

COMO CHEGAR
As embarcações saem do Terminal Hidroviário Ruy Barata, na Praça Princesa Isabel, no bairro da Condor, entre 9h e 20h.

A viagem custa R$ 20 (ida e volta) e é gratuita para crianças de até 5 anos.

Terminal Fluvial Turístico Praça Princesa Isabel
Avenida Alcindo Cacela, 4570 – Condor/Belém

* com informações da Agência Brasil e da Agência Gov

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