Na noite da última sexta-feria, 13 de dezembro, a região central do Chile sentiu os tremores de um terremoto de magnitude 6,3, a 114 km de profundidade.
Sem vítimas nem danos estruturais, o fenômeno foi sentido em oito diferentes regiões do país, inclusive na capital Santiago, e teve seu epicentro a 51,57 km de Curicó, na região do Maule.
Em julho deste ano, um abalo sísmico de magnitude 7.4 havia atingido a região próxima ao deserto do Atacama, na fronteira do Chile e da Bolívia. O impacto teria sido tão grande que, na época, moradores de São Paulo e de Minas Gerais chegaram a relatar que também haviam sentido o tremor.
Mas, historicamente, terremotos não são nenhuma novidade no Chile.
Terremotos históricos do Chile
Segundo o CSN (Centro Sismológico Nacional da Universidad de Chile), desde fevereiro de 1570, o país já registrou dezenas de grandes terremotos de magnitudes superiores a 7 e a diferentes níveis de profundidade.
Se para a cultura mapuche o fenômeno era sinal de um desequilíbrio cósmico e para a tradição católica, vontade ou castigo divino, a ciência explica que sua frequência no país se deve por sua localização no Círculo de Fogo do Pacífico, conhecido como uma das regiões mais instáveis e sísmicas do mundo.
O primeiro registro data de 8 de fevereiro de 1570, quando a cidade costeira de Concepción foi atingida por um tsunami que a população, avisada antecipadamente, conseguiu escapar sem vítimas fatais.
Os séculos seguintes veriam terremotos de grandes proporções, também no Chile, como o de maio de 1647, que fez Santiago em escombros passar por uma forte crise econômica; e o de 1730, considerado o de maior magnitude na zona central do país, com efeitos em setores como La Serena e Chillán.
O maior terremoto do mundo
Os destaques do século XIX foram os terremotos de 1822 que chegaram a uma magnitude de 8.5, na zona central do país, e o de 1835, em Concepción e Talcahuano. Sem falar nos maremotos do sul do Peru em 1868 e no norte chileno, em 1877, ambos com graves danos à cidade de Arica.
Porém, o século XX mostraria, desde os primeiros anos, que aquela seria uma temporada de significativas atividades sísmicas, como o de 1906, considerado um dos mais desastrosos da era republicana. Naquele ano, Valparaíso, principal centro financeiro e comercial do país, foi destruída quase que por completo, reduzida a escombros e com milhares de mortos.
O século seguiu com os sismos do Atacama (1922), Talca (1928), Chillán (1939), Região Austral (1949) e Calama (1950).
Porém, o maior terremoto, não só do Chile mas do mundo, aconteceu em 1960, de magnitude 9.5, nas províncias de Cautín, Valdivia, Osorno, Llanquihue e Chiloé, com graves danos em cidades e alterações da geografia, devido ao tsunami que chegou a provocar uma sucessão de ondas gigantes que arrasaram cidades costeiras.
No vídeo abaixo, é possível conhecer o passeio de barco que o Viagem em Pauta fez em um bosque alagado em um braço interior do Rio Chepu, consequência desse poderoso terremoto de 1960, que teve epicentro na cidade de Valdivia e alterou o percurso de rios de Chiloé.
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O balançante século XX continuou com outros terremotos como o de março de 1965, em La Ligua (7,4); julho de 1971, de Antofagasta a Valdivia (7,8); 1985, de magnitude 8, na zona central do país; e outro também de magnitude 8.0, em Antofagasta, em julho de 1995.
Já o século XXI, começou com terremotos de magnitudes entre 6.24 e 7.8, nas regiões de Tarapacá, Aysén e Tocopilla.
No entanto, o de fevereiro de 2010 seria considerado o segundo mais destrutivo da história do Chile, um sismo de magnitude 8.8, em diversas aéreas do país, inclusive no isolado Arquipélago de Juan Fernández, a 670 km da costa chilena.
O terremoto, seguido de um tsunami, matou 521 pessoas e deixou 56 desaparecidos.
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