Em casa: livros para quem gosta de viajar

Tem coisa melhor do que viajar? Mas quem não pretende sair de casa nessas férias de verão tem também a opção de viajar, sem sair de casa, lendo um livro sobre… viagem.

Aliás, você não está sozinho.

No final do ano passado, o Ministério do Turismo divulgou os resultados da pesquisa inédita Tendências de Turismo Verão 2025, realizada pelo MTur e pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, sobre o comportamento dos viajantes brasileiros.

De acordo com a pesquisa, apenas 35% dos brasileiros planejavam viajar a lazer entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, o equivalente a 59 milhões de pessoas com planos para aproveitar a estação mais cobiçado do lado de cá do mundo.

Sem dinheiro e tempo, 59% dos brasileiros não irão viajar neste verão (no site do Viagem em Pauta, você encontra a matéria completa sobre o assunto).

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EYÜP BELEN / Pexels.com

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Mas, se você é leitor frequente aqui no site, já deve ter percebido que viajar e ler bons livros sobre viagem são alguns dos vícios do Viagem em Pauta.

Confira seleção de títulos de livros que têm viagens, históricas ou atuais, como tema principal.


Livros para quem gosta de viajar

Pigalle
(editora Alta Books)

O segundo livro do roteirista e cineasta André Bushtsky não é sobre “chegar”, muito menos “estar” na região turística de Paris que dá nome à obra. Pigalle, o bairro, é o ponto de partida para as 50 crônicas dessa obra que aborda os mais variados temas.

Entre textos curtos e deliciosas divagações viageiras, o autor vai da trilha sonora para piqueniques ao dia em que Pedro perdeu um… planeta.

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O Caldeirão da Velha Chica e Outras Histórias Brasileiras
(Folhas de Relva Edições)

Nessa espécie de crônica para “comer”, o jornalista Alexandre Staut reúne em textos curtos as mais de 40 entrevistas que fez, entre 2006 e 2013, enquanto viajava pelo Brasil, visitando aldeias indígenas, comunidades quilombolas, cidades e florestas.

Com prefácio da chefe de cozinha Carla Pernambuco, a obra é dividida em cinco partes, onde o autor visita a culinária dos povos originários, a contribuição dos povos africanos, comida de santo, gastronomia imigrante e, um último capítulo, com a novela ‘A fome’, que se passa no Brasil, no ano 2223.

Divulgação

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Os crepúsculos não cabem no mundo
(Editora Patuá)

Em seu livro de estreia, o jornalista Eduardo Vessoni, editor do Viagem em Pauta, traz crônicas com curiosidades sobre as experiências do (antiviajante) Mário de Andrade, reunidas após uma extensa pesquisa de três anos em livros, crônicas, cartas, fotografias e cartões-postais escritos pelo poeta.

“Há anos, muitos anos, que eu não deparava com um estudo tão diverso e cativante como esse. Principalmente porque é um texto delicioso de ler, sem ter uma linguagem cifrada, com os jargões acadêmicos, vocabulário inacessível, destinado a estreito círculo”, descreve no prefácio do livro, o escritor Ignácio de Loyola Brandão.

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imagem: Editora Patuá

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Volta ao Mundo em 72 dias
(Editora ÍMÃ)

Em 1889, a pioneira do jornalismo investigativo Nellie Bly decidiu desbancar o clássico ‘A Volta ao Mundo em 80’, de Júlio Verrne, e fez o mesmo roteiro em menos tempo. Para isso, tomou vapores, trilhou ferrovias e subiu em riquixás para provar que a estrada também é lugar de mulheres.

Entre os locais visitados estão Inglaterra, França, Itália, Egito, Iêmen, Ceilão (atual Sri Lanka), Malásia, Singapura, Hong Kong e Japão.

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Viagem
(Editora José Olympio)

Depois de viajar “como barata doida” por destinos como Ucrânia e Geórgia, o escritor alagoano Graciliano Ramo registrou sua experiência em ‘Viagem’, livro póstumo de 1954, um ano após sua morte.

Em 1952, já com a saúde comprometida, o autor de ‘Vidas Secas’ viajou acompanhado de uma comitiva a convite do Comitê Central do PCB, que assistiria às celebrações do 1º de Maio, na capital da Rússia.

Recentemente, a obra ganhou uma nova edição com ilustrações de Cândido Portinari na capa e fotografias raras de Graciliano durante a viagem.

Nova edição de ‘Viagem’

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Coletânea “Cecília Meireles – Crônicas de viagem”
(editora GLOBAL)

Box com três livros com textos em prosa sobre a estrada, escritos entre 1941 e até bem pouco antes de sua morte, em novembro de 1964.

A partir de textos dos arquivos da família da poeta, alguns deles sem indicação de data ou dispersos em jornais e revistas, “revela-se toda a rica experiência humana de Cecília Meireles em seu contato reflexivo com as pessoas e com o mundo”, como descreve o organizador da obra, Leodegário A. de Azevedo Filho.

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A Fronteira
(Editora Âyiné)

A antropóloga norueguesa Erika Fatland relata sua viagem por 14 países e três repúblicas separatistas, em que tenta compreender a influência que a Rússia ainda tem sobre nações vizinhas, reconhecidas mundialmente ou não, como a China, Mongólia, Ucrânia, Azerbaijão, além de países bálticos e escandinavos.

Porém, não se trata de um livro especificamente sobre a Rússia, mas como o maior país do mundo altera e alterou a vida das pessoas em áreas invadidas ou em fronteiras, afetando assim a geopolítica mundial.

Com “as marcas indeléveis que a Rússia deixava ao redor”, a jornalista viajou por meses sempre com a Rússia ali do outro lado, a poucos quilômetros de distância. Pegou avião doméstico na Coreia do Norte, trem na China e sabe-se lá o que no Cazaquistão.

Fatland é autora também de Sovietistão (Editora Ayine), livro-reportagem com relatos de sua viagem de cinco meses no Turcomenistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.

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Hippie
(Companhia das Letras)

O premiado escritor Paulo Coelho relata sua experiência no Magic Bus, como era conhecida a viagem alternativa de ônibus até o lado de lá do mundo, nos anos 70.

Considerado seu livro mais autobiográfico, o brasileiro descreve também suas viagens para Machu Picchu, no Peru, Amsterdã, na Holanda, e até um perrengue que teve em Vila Velha, no Paraná.

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