Na noite do último dia 11 de outubro, durante uma saída fotográfica, na Nova Zelândia, os fotógrafos espanhóis Dan Zafra e José Luis Cantabrana, foram surpreendidos pelo red sprite (“espectro vermelho”, em tradução livre para o português), mais conhecido como “duende vermelho”.
Esse fenômeno atmosférico raro são descargas elétricas de grande escala, uma espécie de flashes avermelhados que ocorrem acima de grandes tempestades, a altitudes de até 90 quilômetros.
“Vivi uma das noites mais extraordinárias da minha vida”, define Zafra, em nota enviada com exclusividade para o Viagem em Pauta.

Sua empolgação se deve não só por conta da quase impossibilidade de ver o fenômeno a olho nu, que chega a durar milissegundo, mas também por não haver registros anteriores em que possam ser vistos, em uma mesma imagem, os “red sprites” e a Via Láctea do hemisfério sul.
“Tudo se alinhou de forma perfeita. No mesmo enquadramento era possível ver a Via Láctea brilhando, enquanto essas enormes colunas vermelhas de luz dançavam sobre uma tempestade, a centenas de quilômetros de distância. Foi um desses momentos em que a gente sabe que está presenciando algo que, provavelmente, não vai voltar a ver”, comemora.
Dan é astrofotógrafo e criador do concurso e do “Capture the Atlas”, site com dicas para quem quer aprender a fazer fotos noturnas, sobretudo da Via Láctea.

A noite do Duende vermelho
Assim como Dan contou para a reportagem, na noite do registro, ele, o amigo espanhol José Luis Cantabrana e o fotógrafo local Tom Rae estavam fotografando o céu sobre Clay Cliffs, na Ilha Sul da Nova Zelândia, quando começaram a notar uns flashes no horizonte.
E o que, a princípio, parecia mais uma sequência de relâmpagos, eram os raros red sprites.

O espanhol lembra também que esse fenômeno luminoso foi captado pela primeira vez, em 1989, e desde então poucos fotógrafos no mundo conseguiram captá-lo com detalhe.
“Fotografar um desses requer uma combinação perfeita de condições, paciência e sorte”, ensina Dan, que para a captura usou uma Sony A7III e uma lente Sony GM 24mm f/1.4.
Para ele, o registro feito é a união de dois mundos, o da fotografia atmosférica e o da astrofotografia, “mostrando como fenômenos efêmeros e estruturas cósmicos atemporais podem coincidir”.
“É nessas horas que lembro por que passo tantas noites debaixo das estrelas”, conclui.
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