A ideia é do tempo do Império, mas foi só durante a ditadura militar brasileira que saiu do papel o projeto de diminuir a distância entre o Rio de Janeiro e Niterói.
Mais conhecida como Rio-Niterói, a Ponte Presidente Costa e Silva foi aberta, oficialmente, no dia 4 de março de 1974, na época, a segunda maior do mundo.
Essa gigante cravada na rocha do fundo da Baía de Guanabara é a principal e mais rápida via de ligação entre a capital fluminense, a Região dos Lagos e o litoral norte do estado, por onde passam 150 mil veículos, diariamente, nos dois sentidos.
Até a Rainha Elizabeth II e o duque de Edimburgo, Príncipe Philip, vieram ver o que seria aquela monumentalidade sobre as águas da Guanabara. A construção, que começou em janeiro de 1969, foi precedida de uma cerimônia de inauguração que anunciava seu início, programado, inicialmente, para 9 de novembro do ano anterior.
Naquela mesma viagem de 11 dias, a única visita da monarca ao Brasil, o casal marcou presença também na inauguração da nova sede do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, um dia antes do evento na Guanabara.
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Outras curiosidades da Ponte Rio-Niterói
Administrada pela Ecoponte, desde 2015, essa concessionária do Grupo EcoRodovias informa que, só em 2022, a construção viu passar 54 milhões de veículos sobre seus 13,29 km de extensão. Desse total, 8,83 km estão, de fato, sobre a água, considerado o trecho mais complexo de toda a obra.
Só no último Carnaval, a Ecoponte estimou a passagem de quase dois milhões de veículos, entre os dias 7 e 19 de fevereiro.
Embora já não esteja entre as maiores do mundo, título conquistado por obras chinesas como a de Danyang-Kunshan (164 km) e a Hong-Kong-Zhuhai-Macau (55 km), a Rio-Niterói é a maior ponte do Hemisfério Sul.
A ponte abriga também o maior vão em viga reta contínua do mundo, com 300 metros de comprimento e 72 de altura, totalizando 1.152 vigas.
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Ainda assim, sua estrutura protendida (técnica de comprimento dos elementos estruturais, como vigas, para diminuir os esforços de tração na estrutura e aumentar a resistência do concreto), a via tem a mais importante estrutura do gênero, nas Américas, com mais de 2.150 quilômetros de cabos em seu interior.
Se cruzar a Guanabara de carros em barcaças demorava duas horas, atualmente, a travessia leva 13 minutos (sem considerar possíveis engarrafamentos, acidentes ou até animais na pista) e custa R$ 3,10 (motocicleta), R$ 6,20 (automóvel e caminhonete) e R$ 12,40 (automóvel com reboque).
Dos 150 mil veículos diários, a ponte recebe 12 mil motocicletas, o equivalente a 8% do tráfego na via.
No entanto, nem só com títulos se conta a história desse marco da engenharia nacional.
Embora se contabilizem 33 operários mortos durante a obra, muitos deles enterrados no concreto dos pilares, acredita-se que cerca de 400 óbitos teriam ocorrido durante a construção da ponte.
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