Maior praia do mundo tem 220 km de extensão e fica no Brasil

Na maior praia do mundo não tem balada, hotéis, lojas de lembrancinhas nem sinal de telefone. Suas águas são agitadas e frias, pouco convidativas e, em sua maior parte, com acesso para poucos.

Ainda assim esse é um dos cenários litorâneos mais impressionantes no sul do Brasil.

A isolada Praia do Cassino, entre a barra da Lagoa dos Patos, no balneário do Cassino, e o arroio Chuí, na fronteira com o Uruguai, é considerada a maior faixa de areia do mundo, segundo o Guinness Book. De um total de 220 km de praia, 180 são, totalmente, desertos.

O assunto costuma causar polêmica, na vizinha Praia do Hermenegildo, conhecida também como Hermena, mas vale lembrar que, mais do que a nomenclaturas municipais, o título se refere à essa faixa única sem interrupção.

foto: Creative-Commons

Maior praia do mundo

O Cassino é considerado um dos principais balneários do sul brasileiro e fica a 22 km do centro de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Por ali, faltam banhista e serviços para turistas, mas a atração recebe os raros visitantes com aves migratórias, leões e lobos marinhos, dunas preservadas, mar agitado para a prática de surfe e até os destroços de um navio encalhado.

Rio Grande é considerada a cidade gaúcha mais antiga, fundada em 1737, na margem sul do estuário que conduz ao oceano Atlântico as águas da imensa laguna, conhecida como Lagoa dos Patos.

A 392 km da capital Porto Alegre, o destino é conhecido por atrativos como o Monumento à Iemanjá, no final da Avenida Rio Grande, a principal via do município. Essa obra esculpida pelo artista Érico Gobbi é destino de milhares de pessoas, no dia 2 de fevereiro, durante a tradicional Festa de Iemanjá.

A atividade mais fácil para o público em geral são as caminhadas junto à orla marítima, de onde é possível observar animais como aves migratórias e fauna marinha, visita à passarela ecológica que fica próximo às dunas preservadas e o monumento em homenagem à Iemanjá.

foto: Creative-Commons

Já os Molhes da Barra são paredões beira-mar, erguidos para manter a profundidade do canal e facilitar a navegação.

O local é refúgio de leões e lobos-marinhos e tem passeios a bordo de um curioso veículo movido pelo vento e que se arrasta sobre trilhos, em passeios de cerca de 1h de duração. Conhecida como vagoneta, a experiência adentra 4 km do oceano.

Outro atrativo são as dunas costeiras do Cassino, um cordão arenoso formado pela ação dos ventos locais e fixado pela vegetação, cujo destaque são as margaridas que florescem na primavera.

Ao longo da Praia do Cassino é possível praticar esportes como surfe e a pesca armadora, sobretudo no setor próximo aos molhes e ao navio Altair, embarcação encalhada desde 1976, após uma forte tempestade.

O Altair é um dos inúmeros naufrágios localizados naquelas águas traiçoeiras do sul do Brasil e sua estrutura, corroída pela ação do mar, ainda pode ser vista agonizando nas areias da Praia do Cassino.

Navio Altair (foto: Eduardo Vessoni)

A praia é conhecida também pela Trilha Cassino – Barra do Chuí. considerada pela Associação Rede Brasileira de Trilhas uma das mais difíceis do Brasil, devido ao isolamento e à inexistência humana.

Entre a Praia do Cassino e os Molhes do Arroio Chuí, a caminhada integra a Trilha Nacional do Oiapoque à Barra do Chuí e passa por atrações como os faróis do Albardão e do Chuí, Estação Ecológica do Taim e os refúgios da vida silvestre do Molhe Leste e o do Banhado do Maçarico.

Ainda de acordo com a associação, a caminhada tem riscos, já que não conta com locais de apoio, como camping, pousada, energia elétrica ou água encanada, sinal de telefone ou internet.

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