Berço da Humanidade pode ser visitado, na África do Sul

Em setswana, uma das línguas da África Austral, maropeng quer dizer “retorno ao local de origem”. Mas na África do Sul, é também sinônimo de uma das atrações turísticas mais impactantes do sul do continente: o Berço da Humanidade.

A uma hora de Joanesburgo, o Maropeng – Cradle of Humankind (‘Berço da Humanidade’, em português) é um atrativo de 47 mil hectares com áreas de escavação, de onde saíram mais de mil fósseis de hominídios, os ancestrais do homem moderno, há 7 milhões de anos, aproximadamente.

A estrela desse Patrimônio da Humanidade é a Sra. Ples, cujo esqueleto de mais de 2 milhões de anos é considerado o mais preservado de um Australopithecus africanus e fica exposto algumas épocas do ano. Outro destaque é o Little Foot (“Pezinho”, em português), um exemplar de um ancestral meio humano e meio macaco com idade entre 3,1 e 4,1 milhões de anos.

O atrativo recebe esse nome pois acredita-se que foram ali que surgiram os primeiros hominídios, os ancestrais do homem moderno.

foto: Eduardo Vessoni

Na foto acima, por exemplo, é possível ver a réplica de um crânio de um Neanderthal, cujas características eram a testa larga, caixa craniana abobadada e nariz grande.

Porém, a viagem ao nosso passado ancestral, no centro de visitantes Maropeng, começa pelo Tumulus Building (“Edifício do Túmulo”, em português), um projeto arrojado com desenhos que remetem a um grande túmulo, na parte dianteira da construção.

Ali, o visitante embarca em um pequeno bote que navega, literalmente, através dos estágios de formação da Terra, a partir dos quatro elementos (terra, ar, fogo e água), em meio a efeitos tecnológicos que simulam a Era do Gelo e as grandes erupções vulcânicas.

O passeio termina com uma exposição de fósseis originais, como o crânio de um Australopithecus africanus encontrado na região, em 1989.

foto: Eduardo Vessoni

Se a ideia é entender melhor a história da Humanidade, a parada seguinte é nas Cavernas de Sterkfontein, atrativo com túneis de 40 km de extensão que guardam milhares de fósseis de ancestrais humanos e animais com mais de 4 milhões de anos.

As formações de calcário dolomítico, que começaram a se formar há 20 milhões de anos, por pouco não desapareceram junto com a cobiça de milhares de homens que, no final do século 19, transformou aquela savana desolada em um cenário ocupado por caçadores de diamantes e pedras preciosas.

A ossada encontrada no lugar do ouro foi o que garantiu à Humanidade conhecer seu passado distante. Porém, as escavações com fins científicos só começaram em 1936, após a descoberta de um crânio de Australopithecus.

Cavernas de Sterkfontein, na África do Sul (foto: Eduardo Vessoni)

Seu interior, a uma temperatura de 18 graus, leva a um vertiginoso tour vertical a 18 metros de profundidade em meio a estalactites, estalagmites e formações rochosas.

Apesar dos trechos escorregadios, úmidos e com pouca iluminação, o atrativo está desenvolvido para turistas de todas as idades e oferece infraestrutura como corrimões, escadas e pontos de luz em diversos pontos.

Eis o preço que se paga para retornar ao nosso lugar de origem.

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