Neste episódio, o Viagem em Pauta navega o rio Araguaia para conhecer a expedição que acontece em botes que cruzam os estreitos corredores de um cânion que se forma nesse rio de mais de dois mil quilômetros de extensão, entre Goiás e o Tocantins.
A experiência, que tem quatro dias de duração, é acompanhada de paradas em cachoeiras, realização de trilhas e acampamentos em praias do Araguaia.
VEJA VÍDEO DO RIO ARAGUAIA
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Cânions do Araguaia
Desde 2016, durante a temporada de vazão, expedições descem o Araguaia em botes infláveis. Mas esta não é apenas mais uma expedição de rio.
Com mais dois mil quilômetros de extensão até sua foz no Rio Tocantins, onde o Cerrado se encontra com a Amazônia, esse marzão de águas se estreita ao longo de 50 km de corredores rochosos dos cânions do Araguaia que findam em praias de areia que, ao final de cada dia, abrigam acampamentos temporários.
É em Mineiros, na borda da Serra do Caiapó, que fica a nascente do Araguaia, onde surge discreto na RPPN Nascentes do Rio Araguaia, na zona rural desse município no extremo sudoeste de Goiás, bem próximo do Parque Nacional das Emas e na tríplice fronteira com o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul.
Porém, a viagem começa na Barra do Rio do Peixe, em frente a Ribeirãozinho (MT), e segue 65 km rio abaixo, ao longo de quatro dias, em botes para até cinco pessoas.
Para Nélio Carrijo, um dos idealizadores do Jangadão Ecológico, a experiência inclui momentos contemplativos e outros de mais adrenalina, sobretudo por conta das corredeiras de classe II (iniciante) que surgem ao longo da expedição. Apesar de alguns desafios ao longo da viagem, a expedição costuma ser frequentada por famílias com crianças e casais.
E não é pouco o que a experiência tem para oferecer.
Dá pra ver cachoeiras que caem sobre o rio; banhar-se em quedas quentes, aquecidas pelas rochas; fazer trilhas de acesso a piscinas naturais formadas por afluentes do Araguaia; navegar entre cânions apertados, onde o visitante por pouco não consegue tocar suas duas margens, ao mesmo tempo; e ser o primeiro a ver, da porta da barraca mesmo, as primeiras luzes do dia pintando aquele trecho mais isolado de rio.
Aquela formação de pedras moldadas pela ação constante das águas do Araguaia tem origem na queda de um corpo celeste na Terra, há 245 milhões de anos, aproximadamente. Segundo a Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos, o Domo de Araguainha é considerado “o maior astroblema conhecido na América do Sul”, uma cratera de impacto que ocupa uma área de 1.300 km² e 40 km de diâmetro.
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Jangadão Ecológico
Prepare-se para remar, sem muito esforço, por cerca de 6 horas diárias, algo em torno de 22 km por dia.
Apesar de alguns trechos passarem por corredeiras moderadas de Classe II, quando estão à vista e sem a necessidade de análise em cima da hora, essa experiência classificada como “Turismo de Aventura” é adequada para iniciantes, segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Por isso, a atividade é feita com EPIs, como capacete e colete salva-vidas, e o percurso é acompanhado por equipe de apoio, como guias, barco motorizado e equipe de cozinha.
A expedição inclui dois botes de apoio: um que transporta as bagagens dos participantes (daí a necessidade de reduzir o peso de sua mala) e outro que funciona como bar, durante as paradas, onde são comercializadas bebidas, doces e salgadinhos.
Vale lembrar também que os pernoites são feitos em locais isolados, onde são montadas as barracas pelos próprios participantes, além da estrutura de banheiros químicos e estação de energia.
SAIBA MAIS
Quando: durante o verão goiano, entre junho e setembro.
Quem pode ir: cada edição comporta até 24 participantes (crianças a partir de 7 anos).
Quanto: R$ 1.241 (pessoas a partir de 18 anos); R$ 920 (entre 13 e 17 anos); R$ 680 (entre 7 e 12 anos). Os valores incluem todas as refeições, traslados e seguro.
Como chegar: para quem vai de avião, o aeroporto mais próximo é o de Goiânia, onde é aconselhável alugar um carro para ir até Ribeirãozinho, no extremo leste do Mato Grosso. SAIBA MAIS
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