Na região sul do Maranhão, a Chapada das Mesas é daqueles lugares que o turista tem a sensação de ser o primeiro a chegar por ali, em rincões isolados do Brasil que poucos conhecem.
Nesse destino formado por 10 municípios, a regra é se molhar.
Só para ter uma ideia do potencial aquático do ‘Paraíso das Águas’, cuja porta de entrada é o município de Carolina, são 89 cachoeiras oficiais (13 delas só no interior do Parque Nacional da Chapada das Mesas), 22 rios perenes e mais de 400 nascentes.
Por isso, a Chapada das Mesas é destino para todos os públicos, seja em piscinas naturais de águas cristalinas ou em trilhas mais exigentes com vista panorâmica da região. Só não dá para deixar de fora o Parque Nacional da Chapada das Mesas, com acesso por estradas onde só passam carros 4×4, a sacolejantes 80 km de Carolina.
COMO CHEGAR
O aeroporto mais próximo está em Imperatriz, a 220 km de Carolina, a cidade com melhor infraestrutura da Chapada, cujo terminal recebe voos da Azul e da Latam.
De ônibus até Carolina, pela empresa JR 4000, são cerca de quatro horas de viagem, a partir de Imperatriz (R$ 70).
QUANDO IR
A alta temporada é em feriados e nos meses de férias escolares.
Embora a estiagem vá de maio a setembro, a temporada de chuvas garante cachoeiras com níveis impressionantes de água, durante o verão brasileiro. Por outro lado, na época mais seca, as águas cristalinas dão as caras em atrativos de nomes sugestivos como Encanto Azul e Poço Azul.
O que fazer na Chapada das Mesas
Parque Nacional da Chapada das Mesas
Com duas atrações principais abertas ao público, na divisa do Maranhão com o Tocantins, essa área protegida fica a pouco mais de 80 quilômetros de Carolina e abriga as cachoeiras do Prata e de São Romão, com poços para banho.
Com cerca de 160 mil hectares, esse parque criado em 2005 é um dos mais novos do Brasil e está no encontro de três biomas brasileiros, em uma área de transição entre o Cerrado, Caatinga e a Amazônia.
É como caminhar, ao mesmo tempo, entre paredões areníticos milenares que se elevam sobre uma savana brasileira que flerta com florestas amazônicas.
VEJA VÍDEO
O rio Farinha, divisor natural entre as cidades de Estreito e Carolina, alimenta as duas únicas atrações do parque nacional.
Do alto, por baixo ou por atrás de seu véu, todos os caminhos levam à Cachoeira de São Romão, a maior da Chapada das Mesas em volume d’água. Aos pés dessa queda de 25 metros de altura, uma grande piscina natural permite banhos em águas calmas e prática de caiaque.
Mas a experiência mais impactante por ali é a caminhada até uma gruta atrás da cachoeira que serve como refúgio de andorinhões do cerrado.
Não muito longe dali, a outra atração é o Prata, uma sequência de cachoeiras de até 18 metros que escorrem por paredões rochosos, antes de desaguarem no Farinha.
O acesso a ambas cachoeiras é por trilhas curtas e com baixo nível de dificuldade, a partir das sedes das áreas privativas em que se encontram as atrações, onde também é possível fazer refeições.
Santuário Ecológico de Pedra Caída
Essa é a versão cenográfica da Chapada das Mesas. Não que todo o destino não seja capaz de surpreender a cada curva de estrada de terra, mas esse complexo turístico exagerou no cenário.
São mais de 13 mil hectares, 23 rios, 25 cachoeiras e um cardápio de atividades que inclui tirolesas com acesso por um teleférico de 400 metros de extensão, cânions, cavernas e trilhas bem estruturadas.
Mas nada se compara à emocionante experiência de visitar a Cachoeira do Santuário, uma queda de 46 metros, dentro de um salão natural de arenito.
O atrativo tem acesso por um rio, em um cânion de dois mil metros de extensão. Ao final, à direita, um salão natural recebe as águas agitadas de uma cachoeira de 46 metros de altura, cujo topo é, constantemente, visitado por andorinhões.
E pode chorar, dar grito de libertação ou ficar ali por horas observando um dos cenários mais impressionantes da região, pois os guias já estão acostumados com as reações que o local costuma causar em visitantes.
Para ver a potência cênica de Pedra Caída, o complexo tem também um teleférico que leva os visitantes até o ponto mais alto do atrativo, de onde é possível voltar em duas opções de tirolesas, de 1.200 e 1400 metros de extensão.
Poços cristalinos
Em Riachão, outro município que forma a Chapada das Mesas, a 135 km de Carolina, ficam os poços Azul e Encanto Azul, piscinas naturais de águas, extremamente, cristalinas, escondidas entre paredões rochosos e mata fechada.
O primeiro é o mais popular, endereço de uma das cachoeiras mais altas da região, a impressionante Santa Bárbara, uma queda com 76 metros de altura.
Cachoeiras Gêmeas
Essas duas quedas paralelas de 8 e 10 metros de altura ficam a 30 km de Carolina, em área particular, e têm bancos de areia que formam pequenas praias, ideais para prática de caiaque.
A 30 km de Carolina, as Cachoeiras de Itapecuru, como o atrativo é formalmente conhecido, contam com restaurante com vista para as cachoeiras e aluguel de caiaque para navegação no poço formado pelas quedas.
Pedra Encantada
O rio Tocantins é um divisor natural entre Carolina (MA) e Filadélfia (TO), onde o pôr do sol também é atração turística.
Essa formação rochosa com oito metros de altura, a 22 km do centro de Carolina, fica em uma área alagada que surgiu com a construção da hidrelétrica de Estreito.
Sus águas calmas e quentes são perfeitas para banhos, cuja melhor hora do dia para visitar o atrativo é durante o pôr do sol.
COMO CIRCULAR
Carro alugado ou tours com agências locais são as únicas opções para chegar aos pontos mais isolados da Chapada das Mesas, cujas atrações estão dispersas e nem sempre bem sinalizadas.
O Viagem em Pauta foi recebido pela Cia do Cerrado (ciadocerrado.com.br), primeira agência de ecoturismo na região, que oferece serviços de transfers, a partir do aeroporto de Imperatriz, e pacotes de atividades de até nove dias de duração.
ONDE FICAR
A reportagem ficou na Pousada do Lajes (pousadadolajes.com.br), uma das opções de hospedagem com melhor estrutura para a família e casais. O local conta com chalés amplos e área de lazer com piscinas.
VEJA TAMBÉM: “Cidade de pedra e rios cristalinos são atrações da menor chapada do Brasil”
Seja o primeiro a comentar