Documentário faz viagem emocionante por estradas imigrantes

conteúdo atualizado, em 27 de junho de 2024, às 10:56
* Conforme anunciou a assessoria de imprensa, a data do lançamento foi alterada para 18 de julho.

O documentário é sobre esperanças. Mas também sobre medos, dúvidas e, sobretudo, deslocamentos.

Nesta quinta-feira, 27 de junho, chega aos cinemas a premiada coprodução Brasil-Alemanha ‘Lo que queda en el camino’, longa que acompanha a viagem de uma mãe solo com quatro filhos, entre a Guatemala e os Estados Unidos.

Com direção de Jakob Krese (Alemanha) e Danilo do Carmo (Brasil), o filme tem estreia confirmada em salas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Niterói, Aracaju e Salvador.

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Documentário: ‘Lo que queda en el camino’

Até a fronteira do México com os Estados Unidos são mais de quatro mil quilômetros. Por isso, esse é um documentário em constante deslocamento, assim como o grupo de imigrantes que, de olhar distante, segue sempre em direção ao norte do continente.

Aquela gente esperançosa tem pressa. O filme, não.

Com suas longas tomadas, ‘Lo que queda en el camino’ confina o espectador na boleia de caminhões, em barracas improvisadas na beira da estrada e numa América Latina hispânica que muita gente só conhece no mundo das imagens estereotipadas.

Oaxaca, Nayarit e Tijuana.

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Ao abrir mão dos depoimentos documentais, a dupla de diretores tem olhos voltados para as caminhadas penosas debaixo do sol, para as ligações saudosas sob chuva e as noites mal dormidas em postos de gasolina.

Pelas lentes sensíveis de Krese e Carmo, passam, sobretudo, crianças e mulheres que, com voz suave, gritam ao mundo sua vulnerabilidade. “Não estamos em nosso país, aqui não querem a gente”, avisa uma das imigrantes, pedindo que todos permaneçam juntos na caminhada.

Mas durante a jornada de mais de dois meses na estrada, outros temas vão surgindo em diálogos que soam como confissão, como a própria imigração, a falta de perspectivas e a violência doméstica, frequentemente, negligenciada nesse tipo de narrativa.

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O filme é regional e universal. É árido quanto o deserto e relevante como aquela gente que equilibra seu mundo numa sacola sobre a cabeça. É América Central e qualquer outra nação abaixo do linha do Equador. É Lilian, Blanca, Ana, Maria, Irene e Anali.

“En caravana busco el suẽno del mañana” diz a letra da única canção daquela trilha sonora de apitos de trem, buzinas de caminhão e vozerio de gente esperançosa que, deixando pedaços de si ao longo do caminho, muitas vezes, sequer consegue ir além do muro que brota nas areias de Tijuana.

SAIBA MAIS

LO QUE QUEDA EN EL CAMINO
Documentário, 2021, 93 min

O filme acompanha a jornada de Lilian, uma mãe solo, e seus quatro filhos ao migrarem da Guatemala para os Estados Unidos, em busca de uma vida melhor.

Dirigido por Jakob Krese e Danilo do Carmo, o documentário aborda a jornada íntima de Lilian e sua família, destacando os desafios, a solidariedade e a resiliência da comunidade de migrantes, diante da complexidade do deslocamento, das lutas e das aspirações compartilhadas por mães solos.

‘Lo que queda en el camino’ recebeu reconhecimento em diversos festivais internacionais, como o prêmio de “Melhor Documentário” no Five Lakes Film Festival e no Impacte! Human Rights Film Festival, além de Menções honrosas no Dok Leipzig, no Dok Aviv e no Festival de Cinema de Guanajuato.

O filme ganhou também o Prêmio Alemão de “Direção de Fotografia” e o de “Melhor Som” do Prêmio ABC – Associação Brasileira de Cinematografia.

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