Do Pará a Chernobil: cidades fantasmas pelo mundo

A princípio, elas parecem assustadoras (e, em alguns casos, até são). Mas cidades fantasmas podem ser também cenários que contam histórias (e que histórias!) e rendem boas fotografias.

Não se deixe impressionar pelo nome. O termo, geralmente, se refere a locais com poucos moradores ou sem população fixa, por conta do fim de uma atividade econômica ou de desastres naturais.

Do Pará a Chernobil, da Argentina a Namíbia, confira abaixo algumas das cidades fantasmas espalhadas pelo mundo.

Ilha Hashima (foto: Creative Commons)

Bodie
(Califórnia)

Com cerca de 200 casas de madeira abandonadas, esse cidade estadunidense parece saída de um filme de faroeste.

O destino, que hoje é um Parque Histórico Estadual da Califórnia, remete ao final do século 19, quando a corrida do ouro nos Estados Unidos foi responsável pelo agito dessa cidade que já abrigou 10 mil pessoas, 30 minas de ouro e 65 saloons.

Pripyat
(Ucrânia)

Sem dúvida, essa é uma das cidades fantasmas mais procuradas no mundo (bizarro) do turismo, daquelas que atraem milhares de visitantes, sobretudo, após o sucesso da série Chernobyl , da HBO.

Essa cidade no norte da Ucrânia fica próxima à antiga usina de Chernobil, destino fantasma desde o acidente nuclear de 1986.

two wrecked white and yellow bump cars surrounded with trees
Wendelin Jacober / Pexels.com

Humberstone
(Chile)

Esse antigo povoado do auge do ciclo do salitre, que abrigava trabalhadores do Chile, Peru e Bolívia, fica a 50 quilômetros de Iquique, no norte do Chile, e pode ser visitado como atrativo turístico.

Abandonado em 1960, após a crise de uma empresa local, Humberstone é Patrimônio Mundial pela Unesco.

Já a vizinha Argentina guarda Epecuén, vila fantasma a 600 quilômetros de Buenos Aires, aproximadamente, que perdeu seu único morador, no início deste ano.

Vítima de um AVC, aos 93 anos, Pablo Novak era o último habitante desse antigo balneário que ficou debaixo d’água com a trágica inundação que tragou a região, em 1985.

A principal atração dessa vila, a sete quilômetros de Carhué, era a Laguna Epecuén, cujas águas termais colocaram o destino na rota do turismo medicinal, a partir dos anos 20 do século passado. Com uma pequena população de pouco mais de mil pessoas, o destino chegava a receber 25 mil turistas de Buenos Aires e da vizinha Carhué, durante o verão argentino.

Mas as mesmas águas que deram fama a esse balneário tragaram o local, em novembro de 1985, com o rompimento dos muros de contenção, após um temporada de chuvas fortes.

Humberstone (foto: UNESCO/Creative Commons)

LEIA MAIS: “Vila fantasma, na Argentina, perde seu último morador”

Fordlândia (Pará)
Vila de Paricatuba (Amazonas)

A Amazônia brasileira também tem sua cidade fantasma. Uma, não. Duas.

A primeira funcionou entre 1927 e 1945, quando Henry Ford decidiu produzir o próprio látex para suas fábricas nos Estados Unidos, criando uma colônia industrial às margens do Rio Tapajós, considerada a primeira cidade-empresa da Amazônia.

O clima hostil, o terreno inadequado para cultivo e o choque cultural entre estadunidenses e trabalhadores locais são alguns dos motivos para aquele verdadeiro fracasso.

Já a Vila de Paricatuba, a 30 quilômetros de Manaus (AM), continua atraindo turistas que por, conta própria, visitam as ruínas do que foi um antigo leprosário, no município de Iranduba.

A construção, erguida no final do século XIX para hospedar imigrantes italianos, durante o Ciclo da Borracha, já foi também casa de detenção, Liceu de Artes e Ofícios e hospital para portadores de hanseníase.

Fordlândia, no Pará (foto: Wikimedia Commons)

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Kolmanskop
(Namíbia)

Esse povoado, no sudoeste da Namíbia, foi fundado em 1908 com o objetivo de atrair alemães em busca de diamantes.

Tomado pelas areias do hostil Deserto do Namibe, o povoado foi abandonado, em 1954, após o esgotamento do cristal na região.

a pile of sand in a abandoned building
Frank Odenthal / Pexels.com

Hashima
(Japão)

Localizada na Província de Nagasaki, foi uma comunidade de mineração de carvão, entre 1890 e 1974, quando a mina local foi fechada e a ilha ficou completamente deserta.

Com apenas 160 metros de extensão, de leste a oeste, esse Patrimônio Mundial pela Unesco já foi considerado também a ilha mais densamente povoada do mundo, quando, em 1959, chegou a abrigar 5.259 pessoas.

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