Não que o Chile seja um dos países mais baratos da América do Sul. Mas com a valorização de sua moeda local, a Argentina já não é a opção mais econômica para os brasileiros.
E, se você está podendo gastar em moeda estrangeira, por que não desempacotar aquele velho sonho de cruzar os Andes e, por fim, visitar o Chile? Afinal de contas, neve, florestas patagônicas, destinos isolados, e boa comida com vinho tem também do outro lado das montanhas, po.
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Nos últimos meses, argentinos têm cruzado a fronteira para fazer compras no Chile, onde os preços dos alimentos básicos chegam a ser até 130% mais baratos, como aponta o La Nación. O jornal compara, por exemplo, uma lata de lombo de atum, que custa 3 dólares, na Argentina, e apenas 1,3, no Chile. Já os mariscos saem por US$ 3,6, em comparação aos US$ 9 dos supermercados argentinos.
Os preços estão tão vantajosos que, segundo informou o site de notícias Infobae, em dezembro do ano passado, viajantes chegaram a esperar até 12 horas para realizar trâmites para cruzar a fronteira internacional Cristo Redentor, na província de Mendoza.
Desde então, não é raro encontrar relatos de argentinos que têm feito compras em supermercado chilenos. Certamente, não seria o caso de brasileiros do lado de cá do país, mas se você está pensando em fazer uma viagem internacional para um país diferente, confira destinos surreais no Chile.
CHILOÉ
Esse arquipélago na Região dos Lagos, a menos de 200 quilômetros do aeroporto de Porto Montt, é o Chile que a gente custa a acreditar que existe.
A segunda maior ilha do país tem trilhas em cenários surreais, é endereço de esportes de aventura, abriga igrejas de madeira que são patrimônio da humanidade e ainda consegue encantar com mitos que, mais do que contar histórias de personagens fantásticos, viraram atração da região.
Uma das experiências surreais que o Viagem em Pauta provou na ilha foi a Trilha Duhatao-Chepu, em Ancud, no noroeste de Chiloé.
São nove quilômetros de caminhada de dificuldade alta pela Costa do Pacífico, passando pela Cordilheira da Costa e cruzando bosques sempre-verdes, mesmo no inverno, e colinas de acesso à praia do Rio Chepu.
A caminhada pode ser combinada com o passeio no Bosque Alagado, um cenário impactante, resultado do poderoso terremoto que atingiu Chiloé, em 1960, considerado o mais potente do mundo.
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PATAGÔNIA
Na região mais austral do continente, a Patagônia é uma das áreas com menor densidade demográfica do planeta. Ou seja, é mais fácil encontrar pinguins e leões marinhos do que gente.
O Chile tem o menor trecho patagônico, em comparação com a Argentina, algo em torno de 240 mil km² de um total de cerca de um milhão de km², e é marcado pela geografia mais isolada e inóspita de toda a região, cujos cenários vão de estepes a abundantes áreas verdes.
O atrativo mais visitado é o Parque Nacional Torres del Paine, a 1h30 de Puerto Natales.
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A atração mais famosa do parque é a Trilha Base Torres, uma caminhada exigente de 22 quilômetros (ida e volta) que coloca o visitante aos pés do maciço de granito moldado pelo gelo glacial que dá nome a essa área preservada.
Prepare-se para sentir na pele, literalmente, o que significa estar em terras tão isoladas. Em questões de minutos, tem sol, garoa, vento, templo nublado, sol outra vez, neve, céu claro e mais um pouquinho de sol.
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CARRETERA AUSTRAL
A estrada tem 1.240 quilômetros de extensão e é uma atração turística por si só.
Entre os lagos gelados de Porto Montt, marco zero da estrada, e os bosques siempreverdes da Patagônia chilena, o viajante passa por rios, vales, geleiras, glaciais suspensos, parques nacionais e formações rochosas milenares em meio a um lago de águas azuladas.
Seus atrativos mais famosos são o Ventisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, e a Capilla de Mármol.
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O primeiro fica a 195 km de Puerto Chacabuco e a 165 km ao norte de Coyhaique. Essa língua de gelo suspensa sobre uma montanha pode ser vista em uma trilha curta (1.200 metros, ida e volta) até a Laguna Témpanos, onde é possível tomar um bote para se aproximar do glacial.
Já o Santuario de la Naturaleza Capilla de Mármol é conhecido pelas rochas milenares de mármore, esculpidas pelas águas do lago General Carrera. Os passeios de barcos saem da distante Puerto Río Tranquilo, a 218 km de Coyhaique.
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HOSPEDAGEM NUMA VINÍCOLA
No Vale do Rosário, na região de Valparaíso, o Chile tem um olho voltado para o mar, a 19 quilômetros dali, e outro para a cordilheira da Costa, um cordão de montanhas baixas que protegem vales verdes.
É ali que funciona o hotel boutique La Casona, num casarão colonial restaurado de 1900 e com apenas dez quartos, no interior da vinícola Matetic, a 100 quilômetros da capital chilena.
A propriedade é equipada com piscina externa com vista para parreiras e restaurante com refeições harmonizadas com rótulos certificados com Denominação de Origem.
Assim como a história dos antepassados dos atuais proprietários, a quarta geração de uma família de croatas que deixou Rijeka para recomeçar a vida na Patagônia chilena, em 1892, a programação no hotel é cheia de atividades externas.
Tem ciclismo no vinhedo e caminhada na cenográfica Trilha Alto Bahamondes, que passa por corredores de cardos, quebradas e colinas com vista para o Pacífico e para a cordilheira dos Andes, em dias de céu claro.
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ATACAMA
Tendência do turismo em 2025, segundo pesquisa do site Booking.com, San Pedro de Atacama é a cidade base para quem visita o Deserto do Atacama, no norte do Chile.
O destino tem uma das geografias mais extremas da América do Sul: é endereço do deserto mais alto do mundo, seu solo é comparado ao de Marte e a chuva por ali é rara.
A capital arqueológica do país é conhecida também como “os olhos do universo”, cujos céus são um dos mais limpos do hemisfério sul, daí outro título: Capital Mundial da Astronomia, devido às condições para a observação de fenômenos astronômicos.
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