Memorial Brumadinho homenageia as vítimas de rompimento de barragem

Em homenagem às 272 pessoas que perderam a vida no rompimento das barragens de rejeitos da Vale, em janeiro de 2019, o distrito de Córrego do Feijão, em Minas Gerais, ganhou o Memorial Brumadinho, no final do mês passado.

O belo projeto assinado pelo escritório Gustavo Penna Arquitetos Associados fica no mesmo local do rompimento e se destaca pelo bosque com 272 ipês amarelos, cada um deles em homenagem às vítimas fatais: 251 trabalhadores, dois nascituros, além de moradores da comunidade e turistas.

“Esta é uma obra que não tem como ser explicada. Quem vier aqui vai sentir algo diferente. Na minha opinião, não há nada semelhante no Brasil. Além disso, ela serve como um alerta para que o que aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019 nunca mais se repita”, disse o governador de Minas Gerais Romeu Zema, durante a inauguração.

imagem: GPA&A/Reprodução


Memorial Brumadinho

O projeto arquitetônico, eleito pelos familiares das vítimas em um concurso organizado pela Avabrum (Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho), abriga também um espaço meditativo, uma escultura-monumento, salas de exposição, além de um espaço dedicado à “guarda digna e honrosa dos segmentos corpóreos das vítimas”.

Assim como explica o escritório responsável pelo trabalho feito, o paisagismo é uma costura entre o edifício e a paisagem, onde “os ipês, juntamente com os caminhos sinuosos, geram percursos interativos, lúdicos e livres.”

Diferentes ambientes da obra, localizados em uma área construída de 1.220 m², são marcados por frestas de luz no teto que, segundo seus autores, são como se “a onda estivesse atingindo o edifício e apagando o sol”.

Já o espaço meditativo é um grande salão livre de pé-direito variável, aberto para o jardim e próximo a um anfiteatro externo e à cafeteria.

Após o Espaço de Memórias, onde é possível fazer uma pausa e descansar do percurso, na área externa, fica uma escultura suspensa de paredes enviesadas e piso que serve de suporte para projeções mapeadas.

A peça flutuante é como uma grande cabeça que sente e chora. “De seus olhos geométricos, derrama-se o pranto, nosso gesto mais humano ao nos depararmos com o impacto da perda”, descrevem os arquitetos. As “lágrimas” criam um véu sobre as paredes de concreto, cuja parte traseira guarda os “segmentos remanescentes das vítimas”.

Dali, a água é direcionada por dois filetes laterais que seguem até a extremidade do mirante suspenso, onde se forma uma superfície d’água que desemboca num lago, a três metros abaixo do mirante.

Memorial Brumadinho/Reprodução

SAIBA MAIS

Memorial Brumadinho

Rua Hum, nº 100, Bairro Córrego do Feijão – Brumadinho/MG

De quarta a sexta, das 9h30 às 16h30, sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

Entrada gratuita

memorialbrumadinho.org.br

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