Em setswana, uma das línguas da África Austral, maropeng quer dizer “retorno ao local de origem”. Mas na África do Sul, é também sinônimo de uma das atrações turísticas mais impactantes do sul do continente: o Berço da Humanidade.
A uma hora de Joanesburgo, o Maropeng – Cradle of Humankind (‘Berço da Humanidade’, em português) é um atrativo de 47 mil hectares com áreas de escavação, de onde saíram mais de mil fósseis de hominídios, os ancestrais do homem moderno, há 7 milhões de anos, aproximadamente.
A estrela desse Patrimônio da Humanidade é a Sra. Ples, cujo esqueleto de mais de 2 milhões de anos é considerado o mais preservado de um Australopithecus africanus e fica exposto algumas épocas do ano. Outro destaque é o Little Foot (“Pezinho”, em português), um exemplar de um ancestral meio humano e meio macaco com idade entre 3,1 e 4,1 milhões de anos.
O atrativo recebe esse nome pois acredita-se que foram ali que surgiram os primeiros hominídios, os ancestrais do homem moderno.

Na foto acima, por exemplo, é possível ver a réplica de um crânio de um Neanderthal, cujas características eram a testa larga, caixa craniana abobadada e nariz grande.
Porém, a viagem ao nosso passado ancestral, no centro de visitantes Maropeng, começa pelo Tumulus Building (“Edifício do Túmulo”, em português), um projeto arrojado com desenhos que remetem a um grande túmulo, na parte dianteira da construção.
Ali, o visitante embarca em um pequeno bote que navega, literalmente, através dos estágios de formação da Terra, a partir dos quatro elementos (terra, ar, fogo e água), em meio a efeitos tecnológicos que simulam a Era do Gelo e as grandes erupções vulcânicas.
O passeio termina com uma exposição de fósseis originais, como o crânio de um Australopithecus africanus encontrado na região, em 1989.

Se a ideia é entender melhor a história da Humanidade, a parada seguinte é nas Cavernas de Sterkfontein, atrativo com túneis de 40 km de extensão que guardam milhares de fósseis de ancestrais humanos e animais com mais de 4 milhões de anos.
As formações de calcário dolomítico, que começaram a se formar há 20 milhões de anos, por pouco não desapareceram junto com a cobiça de milhares de homens que, no final do século 19, transformou aquela savana desolada em um cenário ocupado por caçadores de diamantes e pedras preciosas.
A ossada encontrada no lugar do ouro foi o que garantiu à Humanidade conhecer seu passado distante. Porém, as escavações com fins científicos só começaram em 1936, após a descoberta de um crânio de Australopithecus.

Seu interior, a uma temperatura de 18 graus, leva a um vertiginoso tour vertical a 18 metros de profundidade em meio a estalactites, estalagmites e formações rochosas.
Apesar dos trechos escorregadios, úmidos e com pouca iluminação, o atrativo está desenvolvido para turistas de todas as idades e oferece infraestrutura como corrimões, escadas e pontos de luz em diversos pontos.
Eis o preço que se paga para retornar ao nosso lugar de origem.
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