As novidades começam já na porta. Desde julho de 2019, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, tem entrada paga.
Com 240 mil hectares de área protegida, esse Patrimônio Mundial pela UNESCO passa a ter cobrança de ingressos (R$ 40).
Em contrapartida, a Sociparques deve revitalizar o centro de visitantes, bem como construir lanchonetes de apoio, loja de suvenires e transporte interno. Na opinião de Ricardo Infante, na época, gerente de unidade da concessionária, a instalação de catracas facilitará melhor controle de entrada e saída, possibilitando o ingresso de novos visitantes, ao longo do dia.
“O que preocupa ainda é a proposta de um ônibus circulando dentro do parque. Mas, por outro lado, vai facilitar a visita de quem tem mobilidade reduzida ou não tem preparo para caminhar no parque nacional”, avalia o empresário Ion David Zarantonelli.
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PREPARE-SE:“Dicas para economizar na Chapada dos Veadeiros, em Goiás”
Formada por cinco municípios (Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul e São João d’Aliança), a Região Turística da Chapada dos Veadeiros, no nordeste goiano, é um dos destinos mais visitados do estado.
A alta temporada vai de dezembro até o Carnaval. Os melhores meses costumam ser os períodos de transição das estações (setembro e outubro) e entre maio e junho, quando os rios estão cheios e a vegetação mais verde.
As chuvas costumam ser de novembro a abril.
Já a temporada seca é de maio a outubro, com picos de calor, entre setembro e outubro, quando a umidade é baixa e as temperaturas passam dos 30 graus.
Junho é considerado o mês mais frio, com manhãs que podem começar com 8°C.
Alto Paraíso de Goiás, capital e cidade com a melhor estrutura turística da Chapada dos Veadeiros, fica a 420 km de Goiânia e a 220 km de Brasília.
De ônibus, a empresa Real Expresso faz o trajeto entre Brasília e Alto Paraíso (3h30 de viagem).
Ambos destinos contam com voos para as principais cidades brasileiras, porém Brasília tem mais opções.
Para quem vai de carro, a partir do Distrito Federal, a viagem começa na BR-020 e segue pela GO-118 até Alto Paraíso de Goiás.
99% das atrações exigem deslocamentos, por isso guias locais sugerem alugar um carro para maior autonomia.
Mas na Chapada o turista sem carro não fica parado.
Diariamente, guias organizam saídas para grupos no Centro de Atendimento ao Turista (CAT), em Alto Paraíso, com diárias que, em 2019, custavam cerca de R$ 100 (grupo mínimo de 4 pessoas e sem transporte incluído).
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A Chapada dos Veadeiros é quente durante o ano todo.
No inverno, as manhãs e noites são frias, e os dias são ensolarados, com temperaturas que chegam a 25 graus. Devido à maior altitude da capital da Chapada e da presença de microclimas, não é raro ter manhãs nubladas em Alto Paraíso, mas com sol no vizinho distrito de São Jorge.
A melhor época para ir é durante a temporada seca, que vai de maio a outubro.
Guias locais alertam sobre a época de chuvas, cujo pico acontece em março.
É nesse mês que o nível das águas dos rios podem subir, repentinamente, causando cabeça d’água, quando o nível de um rio pode subir, repentinamente, causando o fechamento temporário de atrativos.
“Qualquer riacho vira um monstro”, compara o empresário Marcello Clacino.
Outro alerta para a temporada de chuvas são os atrativos sem estrutura, como o Rio dos Couros e o Sertão Zen, ambos em Alto Paraíso, que podem se tornar, extremamente, perigosos em dias de excesso de água.
Por outro lado, dias de chuvas favorecem caminhadas como as trilhas do Abismo e da Janela. Essas duas opções de caminhadas por terreno menos lodos já não são novidades na Chapada, mas continuam sendo um dos cenários mais bonitos do destino.
O Morro da Baleia e a Trilha da Loquinhas também são recomendados em períodos de chuvas.
Novidades
A maioria das novas atrações da Chapada dos Veadeiros fica no parque nacional, que teve sua área ampliada de 65 mil para 240 mil hectares, em 2018.
Além da cobrança de ingressos, em vigor desde julho de 2019, o parque vem inaugurando novos roteiros, como a Trilha do Carrossel, que passa por corredeiras, cachoeiras e piscinas naturais, e pode ser combinada com a caminhada até os Saltos do Rio Preto.
Do centro de visitantes até a bifurcação são 3,5 km de distância. Dali, pode-se tomar o caminho à esquerda até os saltos I e II (mais 700 metros) ou seguir em frente pela Carrossel (mais 588 metros), equipada com com corrimões rústicos e mirantes de madeira, ao longo do cânion às margens do Rio Preto.
O retorno pode ser feita pela Trilha das Corredeiras, totalizando um circuito de 8,2 km.
Outra novidade do parque nacional é a Trilha do Morro da Baleia, elevação com vista para o Jardim de Maytrea.
Como lembra o guia Manuel Pacheco, os mirantes naturais da trilha têm vistas para o pôr do sol (3 km de trilha), considerado um dos mais bonitos do destino. No nascer do sol, grupos costumam sair às 4h30 da manhã para uma caminhada de 1,5 km, em direção ao setor leste do morro.
“Entre dezembro e fevereiro, durante a temporada de chuvas, a Cachoeira Bailarina despenca 50 metros do alto da serra”, completa Pacheco.
Em São João d’Aliança, fora da área de parque nacional e a 70 km de Alto Paraíso, a Cachoeira do Label é a novidade mais impressionante da Chapada.
Embora haja registros de visitas desde 1981, com longos períodos de abandono e sem interesse na exploração turística do local, a atração só foi reaberta, no ano passado, com melhor estrutura como estrada de acesso, trilhas sinalizadas e casa de apoio ao visitante.
Essa queda de 187 metros de altura é considerada a maior de Goiás e a sexta mais alta do Brasil, entre as cachoeiras abertas para visita.
A atração fica na Reserva Bella Trix (tel.: (62) 9 9631-3806 / 9 8452-2402; diariamente, das 7h às 17), uma área protegida de 81 hectares, na Serra Geral do Paranã. O local tem camping com banheiro e chuveiro e almoço sob encomenda, além da trilha de 1,8 km até a Cachoeira do Label.
MAIS NOVIDADES
Cataratas dos Couros
Fora dos limites do parque nacional, as novidades são a exigente trilha de 5 km de extensão até um mirante com vista frontal das Cataratas dos Couros, a 52 km de Alto Paraíso.
Sem placas indicativas, a empreitada é para quem está disposto a encarar desníveis, caminhar por áreas de pedras e ao lado de precipícios.
Embora a entrada seja gratuita, é cobrada uma taxa de estacionamento e é, altamente, recomendável a contratação de um guia.
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1ª VEZ NA CHAPADA DOS VEADEIROS
Não deixe de fazer a Trilha dos Saltos do Rio Preto, uma caminhada de 10 km no interior do parque nacional; visitar o Vale da Lua, conhecido pelas formações de aspecto lunar, esculpidas pelas águas; e ver a sequência de quedas de fácil acesso da Cachoeira dos Cristais, e Almécegas I e II, na Fazenda São Bento, onde caem quedas impressionantes dentro de um cânion.
Todas as atrações têm acesso por Alto Paraíso.
Mais procuradas, as trilhas ‘da Janela’ e ‘do Abismo’, na borda oeste do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (São Jorge), e a cachoeira Santa Bárbara, em Cavalcante, têm recebido um número excessivo de visitantes, capaz e tirar o humor de qualquer um.
Há relatos de pessoas que chegaram às 2h30 da manhã para garantir ingressos na Santa Bárbara, cuja capacidade máxima de pessoas costuma ser atingida, nas primeiras horas do dia.
PARA INICIADOS NA CHAPADA
Para atrativos mais alternativos ou para quem volta à Chapada, as recomendações são a Cachoeira do Label, em São João d’Aliança, e atrações como o Morro da Baleia e Trilha Carrossel (ambos no parque nacional) e o mirante frontal das Cataratas dos Couros (+ informações acima).
Para fugir da muvuca na Cachoeira Santa Bárbara, que anda tendo filas para entrar, em Cavalcante, a dica é o Complexo do Prata.
Esse circuito com cerca de 12 cachoeiras catalogadas, ao longo do Rio Prata, fica a 64 km da zona urbana desse município de origem quilombola.
Os destaques são as cachoeiras Rei do Prata, uma queda de 28 metros que cai no interior de uma fenda sobre um poço de águas esmeraldas; e a Rainha do Prata, cujos degraus rochosos por ondem escorrem águas violentas que podem ser vista do alto de um mirante com vista também para o Morro do Chapéu e o Vale do Urubu Rei.
O complexo tem quedas com acessos de diferentes níveis de dificuldade, como as Prata I e V (fácil acesso) e a Rainha do Prata, cujo grau elevado de dificuldade exige pernoite no local.
Trilhas
Entre atrativos turísticos e lugares remotos com acesso apenas por canionismo, a Chapada dos Veadeiros conta com cerca de 185 trilhas demarcadas, com extensões que vão de inocentes 800 metros (ida e volta) da Trilha da Seriema, no parque nacional, a 16 km, como a do Sertão Zen, caminhada em Alto Paraíso, marcada por diversos desníveis e alto grau de dificuldade.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros abriga também as trilhas dos Cânions e das Cachoeiras (12 km e nível moderado) e a exigente Travessia das Sete Quedas (23,5 km e alto grau de dificuldade), aberta apenas de junho a novembro. SAIBA MAIS
A Travessia Leste é outra caminhada de longa distância. São 8 dias de pernada pelo Vale do Moinho, Sertão Zen, Cachoeira do Macaco e Vale do Macaquinho, com hospedagem em campings estruturados.
Agências que operam na Chapada dos Veadeiros
Quem não dispensa o acompanhamento de um guia cadastrado, uma exigência em alguns atrativos, é possível chegar com veículo alugado e comprar serviços avulsos nas empresas locais, como a Travessia Ecoturismo. Raizeira e a Paralelo 14 Turismo.
Turismo de aventura
Como lembra Ion David, diretor da Travessisa Ecoturismo, as trilhas são a atividade mais procurada nesse destino, com destaque para a caminhada em terreno irregular e pedregoso da Trilha dos Saltos.
Mas não é só isso.
“A Chapada foi o primeiro parque nacional do Brasil a contar com autorização para prática de canionismo. Mas o destino sempre foi de cachoeiras com acesso por trilhas e atrai aventureiros”, explica Ion, proprietário dessa agência pioneira de Alto Paraíso, em funcionamento desde 1997.
Por isso o cardápio de atividades vai de caminhadas leves a travessias com duração de vários dias.
Para ter a Chapada dos Veadeiros aos pés, a dica é o Voo do Gavião, uma tirolesa de 850 metros de extensão e a 100 metros de altura que cruza dois pontos da Fazenda São Bento, a partir de um platô da Serra Almécegas, em Alto Paraíso. VEJA DETALHES
Segundo Amana Suriara Lima, coordenador da atividade, “é um voo mais panorâmico e contemplativo porque não tem muita inclinação. A tirolesa sai devagar e vai acelerando aos poucos.”
A adrenalina sobe também em atividades como o rapel de 45 metros na Cachoeira Almécegas I ou Água Fria e o canionismo em 14 cânions para expedição em toda a Chapada.
SAIBA MAIS
Site oficial do turismo de Goiás
www.goiasturismo.go.gov.br
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
www.icmbio.gov.br
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