Tudo o que você precisa saber antes de ir para a Patagônia

À primeira vista, a Patagônia parece tudo a mesma coisa: imensas áreas geladas, em destinos isolados do extremo sul do continente.

Mas visitar a Patagônia, entre o Chile e a Argentina, é encontrar uma geografia desafiadora, em terras distantes. Afinal de contas, nem só de Bariloche e Região dos Lagos, dois destinos patagônicos populares, se faz turismo naquelas terras geladas.

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foto: Tierra Patagonia

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CHILE OU ARGENTINA?

Não é difícil encontrar destinos patagônicos com cara de cidade grande, por isso é fundamental saber qual é a sua pegada.

Se a ideia for circular por áreas urbanizadas, equipadas com lojas de chocolate e casinhas de madeira, no melhor estilo Campos do Jordão, Barilcohe ou El Calafate são suficientes e vão exigir muito pouco esforço do viajante.

Mas para ver terras virgens e isoladas, em uma das áreas com menor densidade demográfica do planeta, a viagem muda o tom (e a temperatura).

O Chile guarda a versão mais isolada e inóspita da Patagônia, onde é possível navegar pela terceira maior extensão de gelos continentais do mundo, uma área de 21 mil km² que inclui atrativos como o Parque Nacional Laguna San Rafael e o glaciar Exploradores, nos Campos de Gelo Norte.

Já o lado argentino é dono de uma extensa área de mais de 930 mil km², formada pelas províncias de La Pampa, Neuquén, Río Negro, Chubut, Santa Cruz e Tierra del Fuego, onde se localizam destinos bem conhecidos dos brasileiros (ainda que apenas por fotos) como Bariloche, El Calafate e Ushuaia.

TEM BICHO SELVAGEM PARA VER?

Na Argentina, a bicharada patagônica está mais dispersa ou se concentra em áreas como Punta Tombo ou nas ilhas do Ushuaia.

As diversas reservas naturais e os 11 parques nacionais são os endereços ideais para observação de animais, na Patagônia argentina. Mas ainda assim, o viajante precisa pagar ingressos ou realizar longas travessias para encontrar a bicharada local.

foto: Tierra Patagonia/Divulgação

Já no Chile, a vida animal é mais presente e pode ser vista, com mais facilidade, na beira de estradas, ao longo de trilhas ou até mesmo na porta do hotel.

Um dos destinos perfeitos para a observação da fauna local é o Parque Nacional Torres del Paine, na Região de Magalhães, onde animais como guanacos, emas e até pumas não se incomodam com a presença humana e podem ser vistos a poucos metros de distância.

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É FÁCIL CHEGAR?

Não, não é fácil chegar e os deslocamentos nem sempre parecem possíveis.

Na Argentina, a Patagônia apresenta território mais plano e estradas que, por si só, já valem a viagem, como a Ruta Nacional 3 até a Terra do Fogo e a icônica estrada Ruta 40, com acesso a El Chaltén, a capital argentina do trekking, e El Calafate, porta de entrada para o Parque Nacional Los Glaciares.

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foto: Javier González/Flickr

Já no Chile, bom… No Chile, a Patagônia é no ritmo dela e exige paciência de quem viaja por terra.

Recortada por fiordes e geleiras, a Patagônia chilena tem acesso é necessário viajar até Osorno e de lá seguir para Rio Gallegos, em território argentino, antes de chegar a Punta Arenas, por vias terrestres.

O ícone rodoviário por lá é a Carretera Austral, uma estrada com mais de 1.200 km, entre a Região dos Lagos e Aysén, no setor oriental da Patagônia chilena.

Considerada um dos maiores orgulhos da engenharia chilena, essa via exige cuidados do visitante como o aluguel de um carro 4×4 e velocidade reduzida, sobretudo nos trechos estreitos de cascalhos soltos.


É FRIO?

Sim, é frio (inclusive no verão) e não se espante se, em pleno janeiro, pequenas gotas de neve caírem sobre as ruas do Ushuaia, na Patagônia argentina.

Na região das cordilheiras, por exemplo, o verão é gelado, cuja temperatura média anual varia entre 8ºC e 10ºC, diminuindo conforme o viajante for seguindo rumo ao sul.

Prepare-se também para o mau humor patagônico. Em questões de horas, é possível ter sol, chuva, garoa, vento, tempo nublado, céu claro e neve. Por outro lado, o verão por ali é conhecido pelos dias mais longos, podendo chegar a 17 horas de luz.

É CARO?

Tanto o lado argentino quanto o chileno costumam ver seus preços mais elevados com relação ao restante de seus respectivos países. Isso devido às distâncias e ao isolamento da região.

Por isso, prepare-se para gastar de 30 a 40% a mais, em comparação com outros destinos turísticos da Argentina e do Chile.

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