Ele serviu à monarquia dos Habsburgos, presidiu o Conselho Imperial de Guerra e foi considerado um dos comandantes militares mais bem-sucedidos do século 17. Mas nenhuma das garotas daquela Áustria palaciana parece ter se interessado por aquele militar pouco atraente.
O príncipe Eugênio de Saboia morreu solteiro, aos 72 anos, e deixou seus bens para a sobrinha Maria Ana Vitória, que logo colocou tudo à venda.
Ainda que órgãos oficiais divulguem a história, a referência mais famosa a sua homossexualidade viria da própria cunhada do príncipe, autora da frase “Ele não liga para garotas, alguns pajens seriam mais o seu estilo”.
Segundo o site de promoção turística de Viena, Eugênio de Saboia “é um dos primeiros e mais importantes gays da história austríaca”.
De porte aparentemente frágil, o príncipe era chegado num confronto.
Foi comandante na Batalha de Zenta, expulsou turcos durante o cerco otomano em Viena e liderou homens na Guerra da Sucessão Espanhola.
Mas ele gostava mesmo era de arte e, ao longo da vida, alimentou um impressionante acervo com pinturas, gravuras e livros.
E o legado pode ser visto no imponente Palácio de Belvedere, em Viena, capital da Áustria.
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O palácio
Erguido no início do século 18 como residência de verão de Eugênio de Saboia, o local é dividido em Belvedere Superior e Inferior.
As duas construções se conectam por um impressionante jardim barroco, de onde se tem vista única do centro histórico de Viena, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Antiga galeria de arte imperial, o Belvedere Superior abriga atualmente o famoso palácio barroco, onde funciona o museu de arte mais visitado em toda a Áustria. Seu acervo tem obras austríacas desde a Idade Média e também a maior coleção de trabalhos de Gustav Klimt, pintor austríaco conhecido pela obra ‘O Beijo’.
Já a residência de Eugênio de Saboia ficava no Belvedere Inferior, conhecido por ambientes exagerados como “O Gabinete de Ouro”, todo decorado com porcelanas e espelhos, e o “Palácio de Mármore”, com imagens em gesso do deus grego Apollo.
Os restos mortais do príncipe se encontram em uma capela privativa da Catedral de São Estevão (Domkirche St. Stephan), em Viena, considerada uma das catedrais góticas mais antigas da Europa, cuja construção teve início em 1137.
VEJA FOTOS
legendas
1. Vista do Belvedere Superior (foto: Ian Ehm/Belvedere Schloss)
2. Vista do jardim barroco do Palácio Belvedere (foto: Eduardo Vessoni)
3. Viena vista do Palácio Belvedere (foto: Lukas Schaller/Divulgação)
4. Eugênio de Saboia (imagem: Domínio Público)
5. Gabinete de Ouro, no Belvedere Inferior (foto: Lukas Schaller/Divulgação)
6. Palácio de Mármore, no Belvedere Inferior (foto: Lukas Schaller/Divulgação)
7. Palácio Belvedere (foto: Hernán Piñera/Flickr-Creative Commons )
Turismo fúnebre
Viena é um dos destinos mais cenográficos da Europa. Mas sob construções imponentes e jardins imperiais, a capital da Áustria guarda endereços mórbidos que viraram atrações turísticas.
Assim como a catedral onde repousa Eugênio de Saboia, a cidade é conhecida pelos tours em subterrâneos que guardam catacumbas com caixões de figuras históricas, expostos como obra de arte.
Na Igreja dos Capuchinos, a Cripta Imperial tem dez salões interligados com corpos embalsamados de 150 membros da antiga monarquia austríaca e de seus descendentes.
A sala mais concorrida é a dos corpos de Francisco José I, o último imperador a ser enterrado no local, e o de sua esposa Elisabeth da Baviera, a bela e deprimida Sissi.
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Palácio Belvedere
O local volta a receber visitantes a partir de 1º de julho.
www.belvedere.at
Turismo de Viena
www.wien.info
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