A temida onda gigante que matou surfista brasileiro

Na tarde da última quinta-feira, 5 de janeiro, o surfista brasileiro Márcio Freire, 47, morreu em Nazaré, Portugal, após descer uma das famosas ondas gigantes dessa vila, ao norte de Lisboa.

Tido como um dos pioneiros do surfe em ondas gigantes, o baiano foi resgatado após sofrer um acidente ao descer uma onda na Praia do Norte, mas já estava sofrendo uma parada cardiorrespiratória.

Em nota no Instagram, a Federação Portuguesa de Surf lamentou o acidente em mensagem “à família enlutada e à comunidade do surf de ondas grandes”.

foto: Instagram/Reprodução

Na rede, profissionais da área também expressaram seus pêsames, como o surfista de ondas gigantes, Lucas Chianca “Chumbo”, que admirava o profissional “por sua coragem e técnica dentro e fora d’água, pioneiro em uma das mais temidas ondas do mundo”.

Já para o catarinense Everaldo “Pato” Teixeira, Márcio Freire era apaixonado não só pelas ondas gigantes, mas também “pelo surf performance”.

Onda gigante de Nazaré

Conhecido como Canhão da Nazaré, esse cânion submerso é responsável pela temida onda gigante de Nazaré, região que recebe as ondulações que se formam nas tempestades do oceano Atlântico.

Em frente ao Farol da Nazaré, essa fenda termina, abruptamente, na costa da cidade, onde as ondulações que viajam pelo oceano seguem sem perder velocidade e têm sua direção alterada.

Trata-se de um fascinante (e temido) encontro de duas correntes de superfície que se colidem, empurrando a água para baixo, e canalizam a força das ondas.

Venue
Nazaré, Portugal (foto: Konstantin Reyer/Red Bull Content Pool)

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De acordo com a página do Turismo Centro Portugal, esse fenômeno geológico é o maior da Europa, com 227 km de comprimento e a até 5 mil metros de profundidade. Entre outubro e março, o local vê nascer as maiores ondas do mundo.

O local é palco de recordes de surfe em ondas gigantes, como os do havaiano Garrett McNamara (23,77 metros), em 2011; e dos brasileiros Rodrigo Koxa (24,38m), em 2017, e Maya Gabeira (22,4m), em 2020.


Em 2021, o carioca Lucas Fink surpreendeu o mundo ao descer aqueles paredões sobre uma prancha de skimboard, cujas dimensões não são recomendadas para surfe em ondas como as de Portugal.

Conhecido também como Sonrisal, o skimboard tem a particularidade de começar ainda na areia, quando o skimmer desliza na lâmina fina de água do início da praia em direção às ondas.

Lucas Fink praticando skimboard em Nazaré, Portugal (foto: Victor Eleutério Costa / Red Bull Content Pool)

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