Sem voos diretos, África do Sul é destino distante para brasileiros

Desde o início da pandemia do coronavírus, em 2020, o sul da África nunca esteve tão distante do Brasil.

Com o fim dos convenientes voos diretos de São Paulo para a África do Sul, operados pela South African Airways e LATAM, chegar na África austral significa hoje encarar uma longa viagem com altos custos.

Até então, chegar à África do Sul demandava um único voo direto de cerca de 10 horas de duração até Joanesburgo, principal porta de entrada do continente para brasileiros e, na época, com mais de uma opção diária de voo.


Atualmente, para chegar à Cidade do Cabo, a cidade turística mais visitada por brasileiros na África do Sul, um passageiro que embarca em São Paulo precisa voar até a Europa, em aeroportos como o de Londres ou Frankfurt, cujos voos não levam menos de 11 horas.

Uma vez na Europa, ainda é preciso tomar um outro voo, cruzando a África de norte a sul, literalmente.

No início desta semana, o Viagem em Pauta simulou em um metabuscador uma viagem para julho, entre São Paulo e a Cidade do Cabo, e as opções incluíam viagem via Madri (com parada em Doha, no Catar!!!), um deslocamento de insanas 39 horas, incluindo esperas em aeroporto, a um custo de R$ 20.370 (ida e volta).

Já via Londres o deslocamento de 38 horas custava, para o mesmo período, R$ 22.370.

Vista da Cidade do Cabo, na África do Sul (foto: Eduardo Vessoni)

Uma alternativa mais econômica, mas igualmente longa, são os voos operados por companhia aéreas do Oriente Médio, como a Catar Airways, via Doha (bilhetes a partir de R$ 8.087); ou pela Turkish, via Istambul (R$ 16.129).

Apesar dos bilhetes mais em conta, vale lembrar que um brasileiro precisa voar cerca de 14 horas até o Oriente Médio, de lá tomar outro avião e cruzar todo o continente africano, em um deslocamento de 10 horas de duração, aproximadamente. Sem falar nas horas de espera pela conexão até o destino final.

Apesar de ter chegado a vender bilhetes para Joanesburgo, em 2022, a Latam já anunciou três datas diferentes para o início dos voos entre o Brasil e a África do Sul. A reabertura da rota, que deveria acontecer em julho e agosto deste ano, foi marcada dessa vez para dois de setembro.

No final do último mês de maio, a Latam anunciou acordo com a companhia aérea Airlink. Desta forma, desde o dia 23 de maio, vende de forma gradativa passagens aéreas para mais de 40 destinos na África operados pela nova parceira sul-africana.

Porém, as novas opções de voos com o acordo interline, quando uma empresa comercializa trechos da outra, utilizando o seu próprio código, estão disponíveis para voos programados a partir de 2 de setembro e serão viabilizadas pela rota São Paulo-Joanesburgo.

A nova rota entre Brasil e África do Sul terá duração de 9 horas e será operada em aeronaves Boeing 787-900 com capacidade para 300 passageiros.

Viagem mais curta

Enquanto a LATAM não retoma o tão aguardado voo entre Guarulhos e Joanesburgo, a ligação mais rápida entre São Paulo e a Cidade do Cabo, é com a angolana TAAG.

A travessia dura entre 14h45 e 17h, de acordo com o sentido da viagem, e tem parada em Luanda. Ainda assim, mesmo com os recentes descontos oferecidos pela empresa, um brasileiro desembolsa cerca R$ 4.560,70 por trecho, com parada entre 2h30 e 4h30, na capital angolana.

Atualmente, a TAAG é a única empresa que conecta o Brasil com o sul da África, cuja viagem dura 8h15.

Sabi Sand Game Reserve, na África do Sul (foto: Eduardo Vessoni)

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O trecho São Paulo-Luanda é operado cinco vezes por semana, em aeronave Boeing 777-300.

No entanto, vale lembrar que esse país entre a Namíbia e o Congo, destino popular entre profissionais brasileiros do setor petrolífero, ainda é associado ao alto índice de violência e aos custos elevados.

Sem falar na burocracia para solicitação do visto de turismo, que inclui documentos como um formulário preenchido e com assinatura reconhecida em cartório, carta de solicitação de visto ou carta-convite assinada pelo anfitrião na Angola e comprovante de meios de subsistência no país, como o de renda ou extrato bancário.

Seguimos portanto torcendo para que o Brasil volte a estreitar laços com um dos destinos mais fascinantes do planeta e tape de vez o buraco entre a América do Sul e o sul da África.


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