Eles voltaram: conheça os pinguins de Punta Tombo

Muito além de Buenos Aires e Bariloche, ainda tem muita Argentina para o brasileiro conhecer.

Em plena Patagônia Atlântica, longe das estações de esqui e das paisagens nevadas, Punta Tombo é endereço certo para ver pinguins, aos montes, sobre extensas faixas da árida estepe patagônica.

A 1.310 quilômetros de Buenos Aires e a 175 km de Puerto Madryn, na província de Chubut, a Área Natural Protegida Punta Tombo é considerada a maior colônia continental de pinguins-de-magalhães, cuja população anual gira em torno de quase meio milhão de indivíduos.

E, apesar das necessárias regras de distanciamento dos animais, o visitante não precisará de muito esforço para ver bem de perto milhares dessas aves marinhas que buscam essa faixa costeira de três quilômetros de extensão para reprodução e criação de filhotes, entre setembro e abril.

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foto: Eduardo Vessoni

Já na entrada, é possível ver um ou outro pinguim se aquecendo próximos a raízes e arbustos, mas basta avançar alguns metros pelas passarelas de madeira para a gente se convencer de que estamos diante da maior concentração desses pinguins no planeta.

Os visitantes seguem pelo Sendero de la Pinguinera, uma trilha de três quilômetros (ida e volta) que passa por diversos mirantes, incluindo um com vista para a praia de pedras, onde a população de pinguins costuma se concentrar.

A gente fica mesmo sem saber para onde apontar os olhos.

Enquanto algumas aves cruzam, desajeitadas, o nosso caminho, outras buscam comida nas águas frias do Atlântico. Já as fêmeas se ocupam da alimentação dos filhotes que ganham pelagem nos ninhos construídos pelos machos.

Sem falar nas interesseiras aves de outras espécies que sobrevoam o local, de olho nos filhotes que acabam de deixar seus ovos, e nos guanacos que também frequentam a região.


A viagem dos pinguins

Todos os anos, a partir de agosto, começam a chegar de suas longas viagens no Atlântico os primeiros machos para a limpeza dos ninhos de Punta Tombo, que curiosamente são os mesmos usados pelo casal, na temporada anterior.

Monogâmicos, eles dividem com suas parceiras a tarefa de chocar por até 45 dias os ovos postos em outubro e que darão vida aos primeiros filhotes que começarão a aparecer no mês seguinte.

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foto: Eduardo Vessoni

Em janeiro, melhor época para ver a família completa, os filhotes de pinguins deixam seus ninhos e mudam a plumagem. Entre março e abril, inicia-se o fim da temporada para os visitantes quando as aves começam a migrar para o norte inclusive em direção ao Brasil.

Com sua inconfundível plumagem branca e preta, que funciona como camuflagem nas suas longas travessias marítimas, esses pinguins foram citados pela primeira vez por Fernão de Magalhães, que o avistou em 1520, durante sua tentativa de circum-navegação do mundo.

A espécie costuma se concentrar nas águas frias do continente, na Argentina, Chile e Ilhas Malvinas.

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Punta Tombo

O local reabriu no último dia de 16 de setembro e deve funcionar até meados de abril, das 8h às 18h.

Ingressos: $5400 (R$ 75, aproximadamente).

Como chegar: A partir de Puerto Madryn ou Trelew, é preciso pegar a Ruta Ncional 3, sentido sul, e então o desvio para a Ruta Provincial 75 por cerca de 20 km até o desvio para a RT 1. Dali, são outros 22 km por estrada de cascalho até o centro de visitantes.

Atenção: Apesar de estar na Patagônia, a região tem dias quentes, cujos termômetros podem bater os 35 ºC, durante o verão. Por isso, vá preparado para altas temperaturas em um lugar com poucas áreas de sombra.

www.pinguinosentombo.com.ar

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