Viagem no Orient-Express faz 140 anos

Poderia até ser mais uma viagem de trem, daquelas com vagões que balançam em ritmo hipnotizante e som melódico sobre os trilhos.

Mas para quem embarca em um Orient-Express, imortalizado por Agatha Christie no livro ‘Assassinato no Expresso do Oriente’, uma viagem ferroviária deixa de ser apenas um deslocamento entre destinos e assume status de experiência histórica.

Com trens luxuosos de estilo vintage, refeições assinadas por chefs renomados e mordomos a bordo, as viagens nesses trens são uma das experiências mais exclusivas do mundo das viagens sobre trilhos.

foto: Belmond/Divulgação

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Na viagem que o Viagem em Pauta fez no Venice Simplon-Orient-Express, entre Paris e Veneza, a travessia de mais de 800 km passou pelos interiores da França, Suíça, Áustria e Itália, e cruzou montanhas de picos nevados e vilarejos de casinhas de madeira.

Foi como viajar com o rosto colado no vidro do trem, vendo aquele cenário alpino de ares bucólicos riscar o cenário do lado de fora.

A bordo, os tradicionais mordomos de uniforme azul deram breves explicações sobre as cabines privativas, como as portas do armário que escondem um pequeno lavabo e os horários do jantar no Etoile du Nord, restaurante em estilo Art déco que, assim como as cabines dormitório, foi construído na década de 20.

CURIOSIDADES DO ORIENT-EXPRESS

O Orient Express, criado por Georges Nagelmackers e considerado na época o trem mais luxuoso do mundo, fez sua primeira viagem no dia 4 de outubro de 1883. A estreia daquele “palácio sobre rodas” foi na rota que partiu de Gare de l’Est, em Paris, em direção a Constantinopla, atual Istambul, em menos de 76 horas.

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A ‘Rainha do Crime’, como a escritora britânica Agatha Christie ficou conhecida, era passageira regular do Orient-Express e teve inspiração para escrever uma de suas obras mais famosas após uma parada forçada de seis dias na Turquia, quando seu trem que vinha de Istambul foi pego de surpresa por uma forte tempestade de neve.

Os jantares a bordo são extremamente formais e com regras exigentes de vestimenta, como o uso de terno ou black tie para homens, e vestidos para mulheres. Este é o figurino obrigatório para fazer parte de uma das viagens ferroviárias mais glamorosas do planeta.

A empresa costuma criar também sensações (gastronômicas e linguísticas) de acordo com a região pela qual acaba de entrar. Basta cruzar a fronteira entre a Áustria e a Itália, por exemplo, para que o garçom do restaurante anuncie um ‘benvenuto a Italia’ , antes de começar a servir pratos de influências italianas, como canelone de berinjela.

A viagem de uma noite na rota Paris-Veneza ou no sentido contrário, uma das rotas ainda em funcionamento, dura cerca de 24 horas e custa a partir de £3.210 (R$ 19.935, aproximadamente). Já a viagem de Paris a Istambul, na Turquia, a bordo do Venice Simplon-Orient-Express, dura cinco dias e custa a partir de £17.500 (cerca de R$ 108 mil).

foto: Belmond/Divulgação

O Peru é o único país do continente com esses roteiros de trem no estilo Orient-Express, como o Hiram Bingham (USD 560; R$ 2.785, aproximadamente), que sai de Cusco, cruza o Vale Sagrado e termina o trajeto próximo à entrada de Machu Picchu.

Inspirada na literatura da criadora do livro ‘Assassinato no Expresso do Oriente’, a viagem no British Pullman é uma experiência imersiva. A rota tem início na Estação Victoria, em Londres, e faz uma viagem teatral de ida e volta em que os passageiros participam da solução de um crime a bordo.

Embora as rotas mais famosas sejam operadas pela Belmond, a marca original Orient Express volta a realizar viagens de trens, a partir de 2025, a bordo de 17 carros originais, datados das décadas de 1920 e 1930.

* com informações da Belmond e do Orient-Express

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