Quando a primeira companhia aérea comercial francesa foi criada, em 1909, elegância e conforto a bordo passavam (bem) longe dos raros passageiros que podiam voar na época.
Os aviões eram barulhentos e frios, os desconfortáveis assentos eram de vime e a cabine cheirava a óleo.
Naquele começo de século, até havia uma boa variedade de empresas francesas, como Aéropostale e Air Union, mas a experiência ainda era para poucos (artistas e bilionários, sobretudo) e as contas não fechavam. Em 1922, por exemplo, menos de 10 mil pessoas voaram a bordo de companhias aéreas francesas.
Por isso, as empresas só conseguiam se manter por conta dos serviços de correio e de subsídios do governo, que seriam encerrados após a desastrosa quebra da bolsa de Nova York, em 1929.
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Já era hora da França mudar aquele cenário.
Em 1933, as cinco principais companhias aéreas da França (Air Orient, Air Union, Lignes Farman, CIDNA e Aéropostale) se uniram para se tornarem uma só empresa e, em 7 de outubro daquele mesmo ano, nascia a Air France, no Aeroporto de Paris-Le Bourget, próximo à capital francesa.
Chegar a Nova York em apenas 3h30, bebendo champanhe em uma cabine privada, era só uma questão de milhagens (e de experiência).
CURIOSIDADES DA AIR FRANCE
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A Compagnie Générale Transaérienne (CGT) foi a primeira companhia aérea comercial na França, fundada em 1909. A Air France surgiria apenas em 1933, a partir da fusão de cinco empresas: Air Orient, Air Union, Lignes Farman, CIDNA e Aéropostale.
Porém, com tantas aeronaves provenientes da fusão, a nova Air France teria que reduzir sua frota de 259 para 90 aeronaves. Na época, a empresa tinha três hubs, localizados em Le Bourget, de onde partiam os voos internos na Europa, Marselha (Mediterrâneo e Oriente) e Toulouse (América do Sul).
Cinco anos depois de sua inauguração, a empresa já operava em 85 destinos e transportava cem mil passageiros, duas vezes mais do que em 1933. Um voo da França para Dakar, no Senegal, por exemplo, demorava 28 horas; e para Hanói, no Vietnã, uma semana.
Em 1946, foram contratadas as primeiras comissárias de bordo da Air France, que deveriam ter, no máximo, 30 anos e não menos de 1,55 metros de altura, apresentar um ‘rosto simpático’ e ser solteira, regra que vigorou até 1963.
Mas, curiosamente, nos curtos voos até Londres, a tripulação de cabine não era essencial e os comissários desembarcavam antes da decolagem se a aeronave estivesse muito pesada.
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A Era de Ouro viria após a Segunda Guerra Mundial, quando o especialista aeronáutico Max Hymans assumiu o cargo de chefe da Air France. Na época, a recepção dos passageiros para Nova York contava com champanhe, as viagens eram em cabines privativas e as refeições, preparadas por um chef.
Já a década de 1960 viu a revolução dos jatos, quando as viagens de mais de 14 horas para Nova York, em aviões a hélice, foram substituídas por Boeings 707 que faziam a mesma rota em 8h.
Outra grande (r)evolução foi o supersônico Concorde, que fazia a rota Paris – Nova York em apenas 3h30. O modelo foi usado pela Air France de 1976 a 2003, três anos após o grave acidente no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, devido a um incêndio na aeronave durante a decolagem.
Os abalos econômicos causados pelos ataques às Torres Gêmeas e a Guerra no Iraque dariam outros rumos à aviação internacional. A fusão com a holandesa KLM seria um deles, em 2004.
Atualmente, a Air France conta com uma frota de mais de 240 aeronaves, com as quais realiza quase mil voos diários para 200 destinos no mundo.
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Pois é muito simples quem viaja com essa empresa quando chega ao destinos as malas desaparecem . Muita tristeza 😢