Estrada Real é declarada monumento nacional

No sudeste brasileiro, todos os caminhos levam ao mar. Pelo menos, foi assim desde meados do século XVII, quando a coroa portuguesa decidiu ligar áreas de mineração ao litoral fluminense.

Mas mais do que um conjunto de caminhos imperiais e atrações turísticas, a histórica Estrada Real agora é monumento nacional.

O título foi garantido pela publicação da lei 14.698, de 2023, que lista 183 localidades, entre municípios e distritos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, estados por onde passaram aqueles homens em busca de ouro e diamante.

Caminhos dos Escravos, em Diamantina (foto: Pedro Vilela/MTur)

O decreto, assinado pelo presidente Lula e pelos ministros Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil) e Celso Sabino (Turismo), está em vigor desde o último dia 19 de outubro de 2023.

Entre os destaques turísticos da rota estão destinos das Cidades Históricas de Minas Gerais, como Diamantina, Ouro Preto e São João del Rey; Petrópolis e Paraty, ambas no Rio de Janeiro; e Cunha, no interior paulista.

Conheça a Estrada Real

Atualmente, a Estrada tem mais de 1.630 quilômetros de extensão e está dividida em quatro roteiros:

CAMINHO VELHO
Do interior de Minas Gerais ao litoral fluminense, essa é a primeira via aberta pela Coroa Portuguesa, um trajeto de 710 km que pode ser feito entre 8 e 48 dias, de acordo com o meio de transporte.

Entre os destaques estão os trechos entre as mineiras Congonhas e Pequeri (13 km), com obras do artista Aleijadinho e a Serra do Gambá, e os cenográficos trechos das serras da Mantiqueira e do Mar, entre Guaratinguetá e Cunha, ambas em São Paulo, e a litorânea Paraty, no litoral sul fluminense.

É aqui que fica também a trilha entre Tiradentes e São João del Rei, uma caminhada de 10 km de calçamento, nas Cidades Históricas mineiras.

Matriz de Santo Antônio, vista do Alto São Francisco (foto: Eduardo Vessoni)

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CAMINHO DOS DIAMANTES
Endereço de atrativos como a cadeia montanhosa da Serra do Espinhaço e a Casa da Chica da Silva, esse trecho tem 395 km de extensão, entre Diamantina e Ouro Preto.

Com mais de 73% de estrada de terra, a rota pode ser feita de bicicleta (8 dias) ou a pé (27 dias), passando por locais como Conceição do Mato Dentro, Mariana e o Santuário do Caraça.

CAMINHO DO SABARABUÇU
O mais curto dos trechos da Estrada Real tem 160 km de extensão e pode ser feito entre 2 e 11 dias, de acordo com o meio de transporte.

O visitante vai de Cocais, distrito de Barão de Cocais, a Glaura, distrito de Ouro Preto, margeando o Rio das Velhas e passando pelo município de Sabará e pela Serra da Piedade.

foto: Pedro Vilela/MTur


CAMINHO NOVO
Para fugir de ataques piratas na rota marítima entre Paraty e Rio, essa via foi criada na época para servir como um caminho mais seguro ao porto do Rio de Janeiro.

Atualmente, são 515 km de extensão por atrativos como o Museu Imperial, em Petrópolis, a Casa de Santos Dumont e a Fazenda Carreiras, em Ouro Branco, onde Tiradentes teria pernoitado.

O mais novo dos caminhos da Estrada Real, que vai de Ouro Preto a Porto Estrela, tem 63% por estrada de terra e pode ser feito por vias com extensões que vão de 3 km (Santos Dumont – Ewbank da Câmara) a 34 km (Secretário – Pedro do Rio – Petrópolis).


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