Parque Nacional do Superagui completa 35 anos: conheça atrações

O Parque Nacional do Superagui é formado por duas ilhas costeiras com manguezais bem conservados e mais de 40 quilômetros de praias desertas. Sem falar nas dunas, lagoas, restingas e florestas de Mata Atlântica.

Ainda assim, muito brasileiro desconhece um dos cenários mais exclusivos do litoral Norte do Paraná, na divisa com São Paulo.

Super… o que? Essa foi a pergunta que mais ouvi quando anunciei que passaria férias em Superagui, no litoral norte do Paraná, a 150 quilômetros de Curitiba.

Esse parque de quase 34 mil hectares foi criado em 25 de abril de 1989, no município de Guaraqueçaba, e funciona com um santuário de dezenas de espécies de animais, algumas delas, inclusive, ameaçadas de extinção, como o mico-leão-da-cara-preta, endêmico da região, o papagaio-da-cara-roxa e o bugio.

foto: Wikimedia Commons

Mas por ali, não só a natureza exibida é atrativo turístico.

A região é famosa pelo fandango caiçara, estilo musical que é Patrimônio Cultural Imaterial, desde novembro de 2012.

Essa expressão musical-coreográfica-poética e festiva pode ser conhecida em locais como o Bar Akdov, na Vila do Superagui, e nas comunidades do Abacateiro-PR e Ariri-SP, com fácil acesso por barcos que podem ser fretados nas comunidades.

Outra boa notícia é que não há cobrança de ingressos para visitar as atrações do parque nacional. Porém, recomenda-se a contratação de um guia ou condutor locais para visitar as comunidades tradicionais.


Veja atrações no Parque Nacional do Superagui

Barra do Superagui
De águas calmas e com vista da Serra do Mar, o maior vilarejo do destino serve de base de apoio para os visitantes, onde também estão as principais opções de hospedagem, como pousadas e um camping. Porém, não espere mais do que alguns poucos mercadinhos, padaria e restaurantes com cardápio pouco variado.

É em frente à vila que saem alguns dos passeios para ilhas próximas.

Ilha das Peças
Em frente ao vilarejo e com vista para a Ilha do Mel, tem uma praia de sete quilômetros de extensão, onde dá para fazer cicloturismo, em um circuito de 14 quilômetros (ida e volta).

O pedal tem grau médio de dificuldade e só deve ser feito durante a maré baixa.

Para passar o dia nesse pedaço exclusivo de terra, combine com o barqueiro contratado o horário da travessia de volta para Superagui, cujo trajeto pode incluir também a Baía dos Golfinhos, endereço de botos e raia-jamanta que costumam dar as caras, entre janeiro e abril.

Segundo recomendação da Secretaria de Turismo do estado, o melhor trajeto até lá é por dentro da baía, uma vez que o mar de fora costuma ser mais agitado.

praia deserta
Praia Deserta (foto: Eduardo Vessoni)

Praia Deserta
Tem 38 quilômetros de extensão, em terreno plano que pode ser explorado a pé ou de bicicleta.

Cerca de três quilômetros separam o vilarejo dessa praia deserta, em que alguns trechos pode alagar de acordo com o nível da maré. Porém, o trajeto é de fácil acesso.

Não muito longe da vila, um rio de água limpa e escura forma pequenas piscinas naturais no encontro do rio com o mar, na Barra da Lagoa.

A praia é caminho também para as Dunas e Lagoa do Superagui, em área de parque nacional.

Ilha dos Pinheiros
Entre Superagui e a Ilha das Peças, tem como principal atração a revoada do raro papagaio-da-cara-roxa, nos finais de tarde.

A época mais indicada para observação dos animais é entre março e abril, devido à migração de aves dos países nórdicos.

Essas ruidosas aves voam em bandos, mas ficam tímidas quando grupos de turistas barulhentos de final de semana (sobretudo nos feriados mais longos) decidem fazer do lugar uma espécie de extensão de algum bar de Superagui.

Cachoeiras do Sebuí
No entorno do parque, podem ser visitadas diversas quedas d’água formada pelo rio Sebuí, que podem ser visitadas em passeios, a partir da Comunidade de Sebuí e também na RPPN Sebuí.

foto: ICMBio/Reprodução

Barbados
Dormitório natural do papagaio-da-cara-roxa, esse vilarejo tem acesso de barco e é conhecido pelo comércio de ostras preparadas no fogão a lenha, vendidas em casas de moradores.

Em Barbados, é possível conhecer também alguns dos descendentes e as ruínas da casa de Willian Michaud (1829 – 1902), pintor suíço que morou em Superagui e retratou a experiência em suas obras.

Barra do Ararapira
Essa comunidade tem acesso por barco ou na travessia de 38 quilômetros da Praia Deserta.

O local é o berço da famosa cataia, o “uísque caiçara”, bebida produzida pela Associação das Mulheres de Barra do Ararapira com a folha da cataia, uma espécie nativa da Mata Atlântica e de ocorrência endêmica na região.

Quando ir
Por motivos óbvios, as praias de Superagui são melhor aproveitadas no verão, quando o clima é mais quente. Já o inverno é marcado pelas temperaturas mais frias e com fortes ventos vindos do Sul.

Os feriados de Ano Novo e Carnaval são os períodos de maior movimento de visitantes na comunidade da Barra do Superagui, na parte sul da ilha. Entre os meses de novembro e dezembro, há ocorrência das infernais mutucas, cujas picadas costumam ser bastante dolorosas e podem provocar reações alérgicas.


Como chegar
Nesta área declarada Sítio do Patrimônio Natural e Reserva da Biosfera pela UNESCO, carros não entram e o único acesso é por barco.

A partir do porto de Paranaguá, a viagem dura cerca de três horas em barcos de madeira que cruzam a vizinha mais famosa, a Ilha do Mel, de onde também é possível partir para Superagui.

Algumas pousadas da ilha incluem na diária transfer particular para seus hóspedes, cujo serviço é feito em lanchas rápidas que fazem o trajeto entre Paranaguá e Superagui em 50 minutos, aproximadamente.

Para quem viaja com mais tempo, o destino pode ser combinado com a Ilha do Cardoso e Ilha Comprida, cujos acessos são via Cananeia, no extremo sul do litoral de São Paulo.

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