Como são as trilhas nos cânions do Sul?

Do alto, por baixo e pelo rio. Entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul não faltam roteiros para caminhar em meio a cânions.

A pouco menos de 200 km de Porto Alegre, Cambará do Sul é uma das cidades que serve de base para visitar essa cadeia de montanhas com 250 km de bordas de cânions, no maior conjunto do gênero da América do Sul, entre os Campos de Cima da Serra e o litoral.

Cânion Itaimbezinho (foto: Roni Bittencourt)

Com opções de atividades que vão de trilhas fáceis a caminhadas puxadas pelo interior de cânions, a região não decepciona no quesito turismo ao ar livre.

Uma das novidades é a tirolesa no Cânion Fortaleza, no Parque Nacional da Serra Geral. Considerada a mais alta das Américas, a tirolesa (R$ 150) acontece a 1.099 metros acima do nível do mar e tem 720 metros de extensão.

O que fazer nos cânions do Sul

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Cânion Itaimbezinho
(Parque Nacional Aparados da Serra)

⇒ trilha do Cotovelo
dificuldade:
baixa
extensão: 6 km (ida e volta)
destaques: mata de araucária e mirantes em diferentes pontos de observação do cânion

⇒ trilha do Vértice
dificuldade: baixa
extensão: 1,5 km (ida e volta)
destaques: cachoeiras das Andorinhas (200 metros de queda, aproximadamente) e Véu de Noiva (480 metros)

Trilha do Vértice (foto: Eduardo Vessoni)

Cânion Fortaleza
(Parque Nacional da Serra Geral)

trilha do Mirante
dificuldade: média
extensão: 3,4 km
destaque: Vista panorâmica do litoral e do ponto mais largo, entre uma borda e outra (2 km, aproximadamente)

trilha Pedra do Segredo
dificuldade: média
extensão: 2,4 km
destaque: Com vistas parciais do Fortaleza, essa caminhada se destaca pela passagem sobre a cachoeira do Tigre Preto, em direção à pedra que dá nome à caminhada.

trilha Borda Sul
dificuldade: média
extensão: 14 km
destaque: Mais completa, essa caminhada pela margem sul do cânion é feita em campos de altitude com vista panorâmica do Fortaleza.

Cânion Fortaleza (foto: Eduardo Vessoni)

TRILHA DO RIO DO BOI
(Parque Nacional Aparados da Serra)

A 44 km de Cambará do Sul, essa caminhada no interior do Cânion Itaimbezinho é uma das experiências mais impactantes na região.

Oficialmente, essa trilha de alto grau de dificuldade tem oito km de extensão (ou 12 km, de acordo com guias locais).

A caminhada começa fácil, em área plana e às margens do rio, e segue exigente sobre terreno irregular e com diversas travessias pelo rio. A trilha passa por mata fechada, com copas de árvores que formam arcos, e vai se agrandando com paredões rochosos desse cânion com até 700 metros de altura.

Trilha do Rio do Boi (foto: Eduardo Vessoni)

Mais fechada do que a Trilha do Tigre Preto, no cânion Fortaleza, a do Rio do Boi nem sempre permite avistar as bordas do cânion, porém tem banhos em cachoeiras e piscinais naturais.

O portão de início da trilha do Rio do Boi fica a 44 km de Cambará do Sul, no limite entre essa cidade gaúcha e Praia Grande, em Santa Catarina.

IMPORTANTE: Exige agendamento prévio e acompanhamento obrigatório de condutor/guia cadastrado pelo ICMBIo e pela Urbia Cânions Verdes.


TRILHA DO TIGRE PRETO
(Parque Nacional da Serra Geral)

A 18 km de Jacinto Machado, em Santa Catarina, é a trilha menos explorada da região.

É uma alternativa para quem já fez a do Rio do Boi ou quer uma opção de caminhada menos puxada. Ainda assim é uma trilha exigente de 18 km (ida e volta) e também com travessias pela água.

Às margens do rio Tigre Preto e em área mais aberta, o caminhante consegue visualizar com mais facilidade os paredões do Fortaleza, considerado o cânion mais profundo da região, com até mil metros de altura. Daí a origem do seu nome.

Trilha do Tigre Preto, no cânion Fortaleza (foto: Eduardo Vessoni)

A trilha começa na catarinense Jacinto Machado, próximo a Praia Grande (SC) e com acesso pela Serra do Faxinal. O local está a 80 km de Cambará do Sul (RS).

IMPORTANTE: Embora esteja em área de parque nacional, essa trilha especificamente não tem cobrança de ingresso e o único custo é o do serviço obrigatório de guia, que deve ser contratado em Cambará do Sul (RS) ou Praia Grande (SC).


Quando ir
Embora seja possível fazer as trilhas nos interiores dos cânions, durante todo o ano, a melhor época vai de setembro a março, quando as águas estão mais quentes e são melhores para banhos. Porém as piscinas e cachoeiras ao longo da trilha são alimentadas pelas águas dos Campos de Cima da Serra, que costumam ser mais geladas.

A temporada de verão é conhecida também pela viração ou serração, como é chamado o encontro da massa de ar quente que vem do mar com a umidade da serra, dando origem a esse fenômeno que provoca nuvens densas sobre a boca do cânion, podendo prejudicar a observação do cenário.

Cânion Fortaleza (foto: Roni Bittencourt)

O que levar
Nas trilhas do Rio do Boi e do Tigre Preto, não deixe de levar uma segunda muda de roupa para troca, pois ambas têm travessias na água.

Leve também proteção contra picadas de animais, água e lanche de trilha.

Quanto custa
O ingresso de R$ 94 dá direito a três acessos, nos parques Aparados da Serra e da Serra Geral, durante o período de 7 dias, a contar da primeira entrada do visitante.

Já a Trilha do Rio do Boi (R$ 94) deve ser paga à parte e não dá acesso aos núcleos Itaimbezinho e Fortaleza. SAIBA MAIS

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2 Comentários

  1. Já fiz esse trajeto várias vêzes, partindo de Criciúma-sc até Sto Ângelo-rs, via Timbé do Sul, Serra da Rocinha, São José dos Ausentes, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Ijuí e Sto Ângelo. Uma viagem inesquecível, onde se vê de longe os Canions. Recomendo à todos, não irão se arrepender. OBS: A estrada, BR 285, está em fase final de asfaltamento, poderá estar fechada. Ligar para a PRF de Araranguá-sc para informações. Criciúma 12.04.2024

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