1 ano sem Glória Maria: relembre viagens

Há exatamente um ano, em pleno dia de Iemanjá, a repórter Glória Maria fazia sua última viagem.

A jornalista carioca de 73 anos morreu em 2 de fevereiro de 2023, por complicações de um câncer no pulmão. Foi-se um dos maiores símbolos do jornalismo brasileiro, mas ficaram as lembranças de suas viagens.

Glória Maria do bungee jump, das travessias dos balões e dos cigarrinhos rastafáris.

“É uma viagem incomparável. Você para de viver para si e passa a viver para o outro”, confessou a repórter em uma de suas entrevistas sobre a carreira de jornalista na Globo.

Glória Maria na Noruega (foto: Globo/Divulgação)

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As viagens de Glória Maria

O número de países visitados por ela era um mistério, tal qual aquele que rondava a sua verdadeira idade. Pelas contas que circulam por aí, uns dizem que foram mais de 160, outros, quase 200, além de algumas dezenas de passaportes renovados.

E para cada viagem, um meme. Diante de uma novidade (quase sempre arriscada), a gente ficava só esperando a hora dela desistir.

Mas ela nunca desistia.

Era medrosa, porém encarou um dos maiores bungee jumps do mundo; não sabia nadar, mas mergulhava (não que isso fosse impeditivo para submergir com um cilindro).

Glória Maria, instantes antes de saltar de Bungee Jump, em Macau (foto: Glopoblay/Reprodução)

Era assim que essa carioca de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, encarava os desafios que a vida ia impondo.

“Recusar, nem pensar. Seria um desrespeito”, explicou, depois da famosa (e hilária) experiência em um ritual com o povo rastafári, na Jamaica.

Como ela mesma já declarou, sua primeira viagem a trabalho foi em 1977, para cobrir a posse do presidente Jimmy Carter, nos Estados Unidos.

“De lá para cá não, parei de viajar”, contou a jornalista.

Apesar da experiência em bancadas de programas como ‘Jornal Hoje’ e ‘Fantástico’, Glória era mesmo do mundo. Assim, cobriu também momentos históricos como a Guerra das Malvinas, em 1982, os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e a Copa do Mundo da França de 1998.

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Glória Maria na cobertura da posse do presidente Jimmy Carter, nos EUA, em 1977 (foto: Reprodução)

Outra estreia da já experiente repórter foi a viagem para o Alto Xingu, em 2007, para participar da primeira transmissão em HD da televisão brasileira.

Mas aquilo era só o começo.

Exceto se você esteve em outro planeta, nos últimos anos, não tem quem não conheça o famoso (e hilário) episódio em que a jornalista esteve no berço do movimento Rastafári, em uma das mais tradicionais comunidades da Jamaica.

Foi nessa ilha do Caribe que Glória participou de um ritual de ganja, onde deu umas três baforadas mais longas no cachimbo e, já com os olhinhos bem arregalados, bateu as duas mãos como quem não sabia do que se tratava e declarou:

– Uau.

Nessa mesma viagem, Glória entrevistou também o velocista jamaicano Usain Bolt.

Glória Maria em ritual na Jamaica (foto: Reprodução)

Travessia de balão
E, se no chão Glória já temia a instabilidade, o que dizer sobre atravessar uma tábua de madeira, pouco maior que um palmo da mão, entre um balão e outro, a 1.500 metros de altura, em 2001?

Quando a produção anunciou que seria uma travessia de balão, em Piracicaba, no interior paulista, Glória aceitou porque achava que seria apenas um passeio.

“Eu não sabia que seria uma travessia de um para o outro. Com certeza, foi a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida”, contou em depoimento, no programa do Faustão.

Outras viagens marcantes da repórter foram na Noruega, com um rápido mergulho num congelante lago, e em Macau, região autônoma da China, em 2017, onde encarou uma queda livre de 233 metros na torre mais alta de Macau.

A queda equivale a um salto de um prédio de 78 andares.

Globo Repórter
Glória Maria na Noruega (foto: Globo/Divulgação)

Ano sabático
Após de dez anos no ‘Fantástico’, ao lado de Pedro Bial, Glória deixou a TV, em 2007, para dois anos de um sabático.

Mas como ela mesmo chegou a contar no programa ‘Que História É Essa, Porchat?’, “descansar, para mim, é viajar, se eu ficar parada, eu morro”.

Foi nesse período então que escalou o Himalaia, onde andou por oito dias seguidos, visitou a Índia e, após 11 meses de trabalho voluntário em um orfanato na Bahia, decidiu adotar suas duas filhas, Laura e Maria.

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