A mil quilômetros da Península Ibérica, as Canárias são uma espécie de síntese de três continentes.
A proximidade com a África, as influências trazidas da Espanha e a posição estratégica para quem navegava para as Américas fizeram desse destino espanhol uma das experiências mais inusitadas do país.
E não é pouco o que esse arquipélago tem para oferecer.
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As Canárias são formadas por oito ilhas – cinco delas declaradas Reserva da Biosfera – e endereço de praias de tons turquesas aos pés de vulcões, restaurante e centros culturais no interior de túneis vulcânicos, e antigos povoados pesqueiros, recortados por canais e ruelas com casario mediterrâneo.
Assim como as portuguesas Cabo Verde, Ilha da Madeira e Açores, esse conjunto de ilhas faz parte de um triângulo imaginário, próximo à costa oeste da África, conhecido como Macaronésia.
Esse hotspot geológico, no Atlântico Norte, viu seu cenário mudar, ao longo dos anos, por conta de sua extensa história de vulcanismo ativo, iniciado em Lanzarote, há 180 milhões de anos, dando origem a outras seis ilhas: El Hierro, La Gomera, La Palma, Tenerife, Fuerteventura e Gran Canaria.
ATRAÇÕES IMPERDÍVEIS NAS ILHAS CANÁRIAS
Lanzarote
Conhecido como a “ilha dos vulcões”, é o pedaço de terra mais oriental e mais antigo das Canárias, onde estão mais de 100 formações do gênero.
Aonde quer que se vá, vulcões de diferentes formatos e um mar de lavas sobre extensas áreas abertas são o cenário mais provável, como a Isla Graciosa, no Arquipélago Chinijo, cujos traslados por barcos saem do povoado de Órzola, no norte da ilha.
A ilha é conhecida também pelo bar-restaurante dentro de um corredor de lava vulcânica e pela casa-museu de José Saramago, aberta para visitação.
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Gran Canaria
As estradas sinuosas que rasgam as montanhas locais, no norte da ilha, levam visitantes a pontos de observação como o Degollada de Becerra, de onde o vulcão Teide, na vizinha Tenerife, se exibe em dias de céu claro.
Outras paradas para ver a ilha do alto é o Mirador de Zamora, com vista para a capital Las Palmas de Gran Canaria, e o popular Mirador del Pico de las Nieves, procurado para caminhadas e práticas de mountain bike.
Já o sul dessa espécie de “Miami espanhola” concentra o centro turístico e náutico do destino.
Recortado por canais com casas em estilo mediterrâneo, Puerto de Mogán é conhecido como a ‘Pequena Veneza de Gran Canaria’ e guarda o lado mais internacional da ilha. É da marina local que saem os passeios para observação de baleias e pesca esportiva.
Outra atração popular do destino é a Reserva Natural Especial das Dunas de Maspalomas, também no sul da ilha.
Tenerife
Essa é uma das ilhas ocidentais das Canárias e endereço do mais famoso de todos os vulcões do arquipélago: o Teide, o ponto mais alto da Espanha, a 3.718 metros.
Situado no centro da ilha, esse vulcão adormecido pode ser visto da estrada de acesso ao Parque Nacional del Teide, de mirantes encravados em colinas e do alto do teleférico que leva passageiros, em breves 8 minutos, até a sua base.
Outra atração são os Acantilados de los Gigantes, no extremo oeste de Tenerife. Esses gigantes rochosos são paredões verticais de até 600 metros de altura que se debruçam sobre o Atlântico.
Quando ir
Com verões que beiram os 22 ºC e dono de microclimas que garantem mudanças bruscas em trajetos de 30 minutos, o destino é endereço para o verão, em pleno inverno na Europa.
Como chegar
Brasileiros devem voar até Madri e dali seguir em conexões para ilhas do arquipélago, em voos operados pela Iberia ou pela Air Europa. Da capital da Espanha, a viagem sem conexões dura 2h30, aproximadamente.
Turismo da Espanha
spain.info
Turismo das Ilhas Canárias
holaislascanarias.com
Vinhos vulcânicos
Se naquele cenário árido, nada parece ter vida, as Canárias fizeram de seu solo argiloso um terreno fértil para plantações de uvas que dão origem a um vinho de características únicas.
A produção local é discreta, mas o destino é conhecido pela produção de bebidas com sabor mineral, garantido pelo terreno vulcânico, feitas a partir de uvas como Malvacía, Listán Negro e Moscatel.
Em Lanzarote e em Tenerife, por exemplo, as parreiras se desenvolvem no interior de buracos cavados naquele terreno vulcânico ou entre muros de pedras, técnica local desenvolvida para proteger as plantações das massas de ar e manter a umidade trazida por aqueles ventos alísios.
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