Senhores passageiros, apertem os cintos porque o piloto… está de volta.
Localizada em uma área ao ar livre do Boulevard Laçador, em Porto Alegre (RS), a Varig Experience leva os visitantes de volta à Era de Ouro da aviação brasileira.
As luxosas refeições a bordo já não podem ser provadas, muito menos os atuais infames saquinhos de qualquer coisa, mas a experiência gaúcha inclui uma visita pelo interior de um autêntico Douglas DC-3, com poltronas e cabine de comando originais.
“É uma atração incontestável, tanto para a comunidade quanto para o próprio shopping [onde o avião está exposto]”, analisa Marcos Ussanovich, comissário da antiga Varig por mais de 20 anos e responsável pelo projeto de restauração, em entrevista por telefone para o Viagem em Pauta.
O tour interno na aeronave é guiado por alunos da escola aviação civil Aerosul, treinados e uniformizados com réplicas de peças de vestuário dos comissários da época, e inclui acesso a locais como a cabine de comando e o curioso banheiro usado em voos da primeira metade do século passado.
“O avião tem um tamanho frustrante [com relação aos modelos atuais], mas o visitante vai conhecer como se voava naquela aeronave. O próprio banheiro é uma atração à parte porque tinha uma aparência de vaso sanitário, mas na verdade era uma caixa”, como Ussanovich descreve aquela espécie de banheiro químico voador.
Recentemente, a aeronave em exposição recebeu também climatização para oferecer melhores condições térmicas aos visitantes.
Segundo Ussanovich, o processo de restauração do modelo, cujo valor da obra ele não soube precisar, levou cerca de três meses e envolveu dez profissionais da aviação, principalmente, mecânicos.
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Esse Douglas DC-3 aberto para visitação pública é a junção de duas outras aeronaves pertencentes à empresa extinta, porém, um equipamento fiel ao modelo usado em voos comerciais, entre 1936 e 1969.
“[O restauro] foi tratado com muito respeito à memoria da Varig, pois a empresa teve uma importância muito grande para o Brasil”, lembra Ussanovich sobre essa aeronave que, por décadas, esteve abandonada em frente ao antigo Museu da Varig, na capital gaúcha.
O projeto de visita é de julho de 2016, quando foi criado o Instituto Museu Varig, mantido pela administração do Boulevard Laçador com o objetivo de preservar o acervo da empresa aérea falida, em agosto de 2010.
E entre tantas lembranças, o Douglas DC-3 era a principal peça do acervo a ser devolvida à população.
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A atração é não só um momento de nostalgia para fãs do assunto, mas também de reflexão sobre a atual experiência de viajar de avião, no Brasil e no mundo.
“Numa época em que não tinha entretenimento de bordo, existia uma preocupação muito grande para atender às pessoas, individualmente, e a comida preenchia o tempo do passageiro. O próprio serviço de bordo era um recurso de segurança de voo e quem tinha medo até esquecia que estava voando”, analisa Ussanovich.
Ele mesmo lembra a época em que, mesmo em voos de 1h20, o serviço de bordo incluía almoço ou jantar. E nem precisava ir muito longe (no tempo e na geografia).
Quem chegou a fazer a ponte aérea Rio-São Paulo, no final da década de 1990, como esse nostálgico passageiro que vos escreve, não esquece o farto café da manhã servido em companhias aéreas como a Varig e Transbrasil.
“Hoje, a tecnologia afastou algumas preocupações com segurança, mas naquela época tinha um contato humano muito maior. Foi isso que se perdeu”, lembra Ussanovich.
Em tempos de turismo baseado na experiência, fica a sugestão do Viagem em Pauta para os responsáveis pela atração pensarem num serviço em que jantares a bordo sejam servidos aos visitantes com recriações dos clássicos menus da companhia aérea.
Sobre o DC-3
A aeronave exposta na capital gaúcha é um bimotor de uso civil que revolucionou o transporte de passageiros, nas décadas de 1930 e 1940, sobretudo em voos domésticos nos Estados Unidos, facilitados pela possibilidade de realizar grandes travessias.
Com capacidade para 28 passageiros e 3 tripulantes, o DC-3 fazia voos de cruzeiro de até nove horas de autonomia, a uma velocidade média de 270 km/h. Após seu lançamento, em 1935, seriam construídos mais de 13 mil aparelhos do gênero, segundo o Museu Aeroespacial da Força Aérea Brasileira.
Ainda de acordo com a FAB, esse modelo foi usado no Brasil pelo Correio Aéreo Nacional, em missões de integração da Amazônia, de 1944 a 1983.
De acordo com a assessoria da Varig Experience, mais de 90% do tráfego aéreo mundial era feito com esse modelo, após a Segunda Guerra Mundial.
SAIBA MAIS
Varig Exeprience
Boulevard Laçador (avenida dos Estados, 111 – Porto Alegre/RS)
A visita externa acontece, diariamente, das 8h às 23h. Já o tour interno é feito, exclusivamente, todas às quintas-feiras de fevereiro, das 17h às 20h (as datas dos próximos meses ainda não foram definidas).
Entrada gratuita
varigexperience.com.br
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Fiquei interessado na sua versão aos fatos. Conte-me mais
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